terça-feira, 3 de agosto de 2010

Vou fazer birra nas férias!


“A maioria das crianças entre os 18 meses e os 4 anos têm aquelas birras quase incontroláveis que deixam os seus pais sem saber como agir.”
4 ANOS!!! Não sei se aguento!
Pois é, estas férias foram escolhidas para testar a paciência dos papás… Chora-se para comer, vestir, dormir, mudar a fralda, sair, ficar em casa, ir ao mar, sentar à sombra, pôr o chapéu, o protector, porque se quer isto ou aquilo, etc, etc,. Se considerarmos que aqui se encontram as actividades básicas do quotidiano estão a ver o quão preenchido se torna um dia.
Mas continuam os especialistas: “As birras não são mais do que manifestações da vontade própria e do desenvolvimento cognitivo da criança dos 2 ou 3 anos” (única alegria – aqui reduz-se o prazo de duração das mesmas para os 3 anos). Continua: “são uma manifestação saudável das emoções, sentimentos, vontades e necessidades da pequenada. Afinal, estão a desenvolver a sua personalidade, só não sabem como expressar-se da melhor forma, porque nas suas mentes apenas querem satisfazer a necessidade do momento e muito rapidamente”. No que toca à expressividade das suas vontades, parece-me que se sentem muito à vontade – quantos de nós não tivemos já vontade de desatar aos gritos, de nos atirarmos para o chão e de desatarmos a espernear perante uma recusa ou contrariedade? Além de que necessidades prementes e de satisfação rápida tenho eu muitas e, grande parte delas, saem frustradas.
Parece que me cabe a mim, na qualidade de mãe, ensinar o rebento a aprender a lidar com as suas próprias frustrações e a esperar pelas coisas que quer… Como parece que não posso delegar tal tarefa (com a salvuagarda da Casa Pia), tentei hoje documentar-me sobre o assunto. Encontrei de tudo, inclusive um PDF com 95 páginas e gráficos exclusivamente sobre birras (ainda não li)!
Remédios aconselhados pelos especialistas:
- Manter a calma, incluindo respirar fundo e não elevar a voz (mesmo que ele esteja a derrubar uma prateleira de supermercado e a destruir todos os artigos aí existentes – não devem conhecer as regras do Código Civil sobre responsabilidade parental, senão a calma ia-se);
- Ignorar a criança birrenta – não responder, não olhar, deixá-la sozinha; como se nada estivesse a acontecer (estou a imaginar os comentários no restaurante…);
- Evitar utilizar a força física – isto deverá incluir a vulgar palmada seja em que sítio for; aqui tendo a concordar em abstracto e no plano dos princípios – se reagisse assim quando um adulto faz uma birra (e elas acontecem, ainda que de forma mais polida), era processo-crime na certa; porque é então legítima a palmada a uma criança? Mas, já o fiz, sei que o vou voltar a fazer e na altura pareceu-me bem (não devo ter conseguido manter a calma…);
- Estabelecer contacto físico - não, não é a palmada; eles "xutos e pontapés" e nós "beijihos e abraços".
E ainda temos de ler os comentários dos protagonistas da parentalidade – “o meu filho só fez birra uma vez, mostrei-lhe logo quem mandava!”. Ajuda muito…
E é assim que vão decorrendo as férias, descobrindo novos mundos, novas paisagens, novos costumes…