domingo, 25 de outubro de 2009

SEGREDO


Vou-vos contar um pequeno segredo: tenho um fraquinho por miudos altos e com ar reguila.

Pois é verdade, sempre tive alguma dificuldade em achar alguma piada aos homens da minha idade ou mais velhos, e hoje, que os ditos, já começam a ficar acabados, pior...

É por isso que, sabendo ser polémica, vos digo que acho piada à franja, ao sorriso malandro de miudo, ao andar desengonçado do Ashton Kutcher.

O tamanho não importa, é verdade, mas 1,91m, é 1,91m... e garante-nos elegância e proporção quando calçamos uns pumps com 15cm...

Pelos vistos não sou a única. Há por aí outras raparigas para a minha idade a acharem o mesmo, não é verdade Demi?

sábado, 24 de outubro de 2009

Olá...

Se desapossados é que estamos livres para trabalhar, tinha de vir a bestíuncula ter comigo.
A aragem do blogue, isto é.
Como estou piegas, é sexta-feira, e não quero mais, venho dizer um olá, para me juntar à revoada.
E prestar um inequívoco tributo ao José Saramago, que é um orgulho para a pátria da língua portuguesa.
Espero sinceramente que não comece a escrever em castelhano ainda que a grande Ibéria dos seus sonhos se torne realidade.
Diz que Deus não existe, mas que o há em abundância nos livros dele há.
Disso tenho provas materiais, que já as li. E já tomei café com elas. E gosto muito.
Também gosto muito do anúncio do rapaz que faz tudo para chegar à fala com a Eva Mendes e depois não lhe diz nada! É que podia não lhe dizer nada de jeito, mas não lhe diz rigorosamente nada!
É tão trágico e tão familiar que me comove.
Muito gosto também em ter estado com vocês este bocadinho, Evitas a quem não disse quase nada.
Vão postando que me fazem feliz.
Eu não faço parte (será assim que se diz?) do facebook.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

CORAGEM


Estou em falta, eu sei. Em falta para com aqueles que se habituaram a ler as minhas histórias e a rir ou sorrir com elas. Em falta para com aqueles que se habituaram apenas a confirmar a minha presença e a dizerem « ok a moça lá continua a escrever umas coisas que ninguém lê, mas deve ser feliz com isso ». Em falta para com aqueles que diáriamante consultavam o blogue para poderem dizer « esta Belinha não escreve nada de jeito ». Em falta para com as minhas amigas que me convidaram a participar e acreditaram na minha colaboração regular. Em falta sobretudo para comigo, que não sou mulher de fugir aos compromissos ou de abandonar os projectos por dá cá aquela palha ou sem dizer água vai nem água vem... o que é aliás bem comum, mas que todos os que me conhecem bem sabem o quento detesto.

Certo é que os dias, as semanas, os meses foram passando e levando com eles as histórias, as ideias, a imaginação que não consegui agarrar e trazer até vós.
Por várias vezes, abri a página, pensei no tema, ensaiei as imagens... mas a vontade nunca foi de tal forma forte que permitisse a conclusão de qualquer das histórias que tive em mente. Havia sempre algo mais forte, mais determinante que me impedia de concretizar o que pleneara.
Acontece tantas vezes pleanearmos e não concretizarmos... vocês sabem... tantas vezes...mesmo quando detestamos que assim seja...

Hoje no cinema voltei a ver aquele anuncio da Vodafone, em que o rapaz faz de tudo para poder obter o número de telemovel da actriz e, quando o obtem e ela atende, perde a coragem e desliga sem falar.

Quantas vezes não vos aconteceu já lutarem por algo que muito queriam e depois no ultimo momento vacilarem, abandonarem o barco, por falta de coragem, por medo das consequencias, por medo de deixarem o patamar de segurança e conforto em que deciriram estagnar?

Quantas vezes não nos aconteceu já decidirmos não arriscar, não caminhar, não descobrir...

Quantas e quantas vezes pensámos poder deixar tudo, mudar tudo, arriscar sermos felizes... e depois, no último momento, decidimos fazer-nos acreditar que não valia a pena...

« Tudo vale a pena quando a alma não é pequena »

Vale a pena sonhar, acreditar, arriscar...

Vale a pena neste Outono, com a chuva por companheira, continuar a poder partilhar convosco as pequenas histórias, as emoções, as futilidades... a arte... a vida...

Vale a pena amanhã recomeçar...a escever regularmente no blogue...ou a ter a coragem de terminar o que pleaneámos ou de começar o que desejamos...

DIA MAU

Olá meus e minhas apreciadore(a)s, bem sei da vossa indolente tristeza, assim do género, espera aí que sinto uma névoa no coração, não sei bem o porquê, mas é uma névoa e aterrou no coração. Ai não sabem?!! Seus e suas malandro(a)s!!!
Pois não fosse EU o vosso cérebro nunca conheceriam a razão de tal névoa entristecida e amarelenta. Sou EU que vos falto!!! Queria EU ser pontual como manda o meu signo e falam as moscas muçulmanas, mas a preguiça, esse pecado viperino, não ME larga. Depois vem a gula, a luxúria (ai a luxúria, que ganas!!), a ira, a inveja, e a eterna vaidade (chamaram-ME?). e tantos outros, que os pecados são como os pés, não param de crescer!!
Estive até hoje à espera da chamada que não veio. Estava previsto EU, a gloriosa MENTE, ser convidada para fazer parte do novo governo. Constava no corredor dos boatos que seria EU, apenas EU, a próxima ministra da educação. Mas afinal foi aquela a quem também não convidaram, mas que ela está lá, está...
Sinto-me siderada perante a ignomínia... já pensei até em mudar de nacionalidade, mas como há tanto tempo que não digo piadas religiosas até o outro ME passou à frente. E é debates televisivos, e é conferências, e é entrevistas, mas a MIM ninguém ME tira da ideia que o gajo ME andou a ler para escrever o seu livrinho. Quer dizer, EU esfarrapo-ME dia e noite a laborar na escrita, depois de ter lido milhar e meio de versões da bíblia, e o gajo é que vende!!!
É que a polémica mais intensa que consegui foi por causa do cão na china (não não é da tinta da china). Todos se borrifaram para o facto da Maria andar a comer os melhores gajos de Roma e encornar o “panasca” do José. E ainda ser uma sabichona que em vez de ser a vadia da mãe solteira é a virgem Maria. Se a gaja não a sabia toda...
Mas em fim, abandonei o tema e a comida fui EU.
Sem dia da semana certo, sem tema de eleição, sem comentadores, sem graçolas, sem fado nem lado, fazer o quê?
Enterrar os longos caracóis (não as lesmas, entenda-se) na almofada e apelar à aragem divina que não ME constipe, que este ano não é ano bom para as doenças.
Espero ver-vos em breve seus e suas desatento(a) leitore(a)s.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

mosca generosa em dia de chuva

ó irene sirva o leite-creme!

caras companheiras de blogue, é já tempo de chuvas! tudo convida à instrospecção. todos os dias acontecem milhares de coisas sobre as quais vale a pena falar.eu, mosca me confesso, preparo-me para me acostar aqui nesta fita adesiva doméstica e zumbir-vos com maior regularidade no meio da preparação outonal de compotas ( mas não com a cadência certeira da nossa ego-solar, porque tal contraria a minha natureza).
que silêncio devorador é este que paira no nosso blogue?palpita-me uma rendição indolente à natureza telegráfica do facebook, muito mais consentânea com as nossa vidas de «mulheres activas e emancipadas»... exorto-vos a voltarem ao convívio aproveitando a boleia da enxorada das chuvas...vamos lá para o ponto cruz dos nossos lavores de escribas mal-amanhadas. prontos, prometo, não volto a postar José Mário Branco! (já, agora, quem quer levar crias ao concerto de sexta??? só para os educar..)

deixo-vos aqui uma pequenas pérolas para vos seduzir.

uma música:


um filme que perdi, mas que vou ver no circuito comercial, nem que a vaca tussa( que lindos os rostos descobertos destas mulheres a emocionarem-se com a história de amor persa de shirine):




uma sugestão para as atarefadas e distraídas:

o doclisboa está aí a rolar a toada a velocidade. ontem vi um documentário fabuloso- «below the sea level» -sobre uma comunidade de inadaptados sociais (?) que vive exilada num deserto dos EUA. para quem possa e queira , talvez seja possível revê-lo no próximo domingo caso seja um dos documentários premiados. há um diálogo fascinante acerca de moscas e o seu posicionamento na tabela evolutiva das espécies que me deixou em estado de graça, talvez o consiga encontrar na caixinha de surpresas do youtube e fazer, depois, um post solar!
zumbidos chatos em novimentos circulares, desta sempre vossa mouche albértine!
vá lá, vá lá: ó irene sirva o leite-creme!

terça-feira, 6 de outubro de 2009

OS SUBMARINOS



OS SUBMARINOS

Pois é verdade, sim senhor(a), tendes toda a razão para vos entristecer COMIGO. Faltei-vos uma vez mais. E logo agora que estais tão necessitados de MIM! Nesta época de confusão eleitoral, Eu, a nobre Sabedora, presenteei-vos com o silêncio. É verdade que fui copiada, mas tendes de admitir, mal copiada! No MEU silêncio não haveis tido qualquer gesto, qualquer piscar de olhos, qualquer murmúrio que vos levasse a pensar isto ou aquilo. Tendes de reconhecer que o MEU silêncio é um VERDADEIRO SILÊNCIO, não é como esses outros que se calam, mas sempre despedem alguém, aproveitando-se, claro está, da crise. “Afinal já há retoma económica, mas a ti, que te vejo todos os dias durante mais de vinte anos, vou-te despedir, pois a tua cara já me enjoa, e desculpo-me com a puta da crise, ou, afinal, quando falar, com a dúvida”, pois a dúvida sempre teve as costas largas, e quando alguém cheira mal dos pés ou da boca e é preciso despedi-la, não se vai dizer “vou-te despedir porque cheiras mal dos pés ou da boca”, não senhor(a), diz-se antes “tenho dúvidas sobre a tua competência e não dá para ter dúvidas”, e assim se despacham pessoas, homens e mulheres, excelentes profissionais, com a dúvida!
EU cá nasci com a dúvida, ela era mais pequena que EU, um ou dois dias, mas muito traquina, e muito terna também, e foi ali, no berço, no hospital de província, naquele exacto momento, EU com três dias, ela com dois ou um, ela olhou para MIM, EU olhei para ela, foi ali, mas é que foi mesmo ali, que Eu me apaixonei por ela e ela por MIM. Depois deste amor à primeira vista, foi um ver se te avias, EU e ela sempre juntinhas. Até hoje! Mas há pessoas que vivem mal com a dúvida e põem-se a fazer discursos, muito chatos e incompreensíveis, sempre com o objectivo de a perseguir, enclausurar e por fim matar.
Não acho bem, até porque para matar já temos o Dexter, um rapaz tão simpático e asseado que não só mata como corta logo o corpo aos pedacinhos para não ficar por aí a cheirar mal. É importante que numa época ecológica alguém se preocupe com a putrefacção dos cadáveres.
Mas estes gajos do silêncio macaqueado não sabem matar sem fazer lixeira. É por isso que vos digo o melhor para quem não sabe ficar calado é falar, mas falar todos os dias e a todas as horas, mesmo quando está a dormir, falar, falar sempre, assim já ninguém se dedica, dias e meses a fio, a pensar no que raio queria aquele dizer com o seu silêncio.
Na realidade, muito se pode compreender de um país que se perde em conjecturas com os silêncios e não com as palavras, até porque as palavras leva-as o vento, mas o silêncio...
Não há dúvida (cá está ela, de novo) que a pessoa mais inteligente é aquela que fala pouco ou mesmo a que não fala. Basta ver uma escola de mudos e percebe-se logo que ali estão os mais inteligentes de nós. Já com os cegos não é a mesma coisa, pois quem tem o olho é que é o rei, mesmo que seja um olho de plástico, ou um olho palrador (com uma boca falante, estão a perceber?). A MIM não me parece bem esta distinção entre os mudos e os cegos, afinal são deficiências, não é? conseguimos, por exemplo, aceitar, e até idolatrar, um presidente mudo ou com profundas deficiências na expressão oral, mas um cego?! Porque não um cego?!!!
Felizmente que não é o caso do nosso país em que todos, mas todos, todos aqueles que se dedicam à política não têm deficiências.
Depois da próxima semana, com o fim das autárquicas, mudo de tema, que até a MIM já me enjoa, sinto um ligeiro frémito de vómito sempre que penso nisto das eleições, mas enfim é para isso que ME pagam, e EU com a história do aniversário e depois da doença, sabem como é, uns espirros e já ninguém nos quer por perto, ai a H1N1, ai meu deus, que medo, tive assim uma quinzena de descanso, mas mesmo assim, obrigam-ME, a MIM, SOLARENGA mesmo em dias de chuva, a falar nestas coisitas de treta.
E é só por isso que antes de ME ir embora tenho de falar de submarinos. Para MIM um submarino é um objecto de grande estimação. Só tenho dos pequeninos, miniaturas, mas não conseguia viver sem eles. Tenho a sensação que sem eles fico desprotegida, quase vulnerável e depois com os espanhóis aqui tão perto...
Percebo perfeitamente a importância dos submarinos e até acho malvadez supor-se que são supérfluos. São eles que nos dão a nossa identidade nacional, que nos mantêm a cabeça à tona da água, apesar deles gostarem tanto de a mergulhar (ah! ah!, isto é aquilo a que se chama uma piada sobre submarinos), sem eles não tínhamos hino, bandeira nacional, território. A grande falha no nosso hino é exactamente não prestar homenagem aos submarinos, sempre presentes na nossa história nacional. Em todas as batalhas travadas e vencidas esteve sempre presente, activo, ainda que submerso, um submarino.
Quero lá saber se meteram ao bolso alguns milhões!!!
O que EU quero mesmo é poder dormir descansada enquanto os submarinos, lá longe, nas profundezas das águas, guardam o MEU sono redentor, espiando cada barulho suspeitoso das águas e com o seu corso negro mantendo à distância os nossos piores inimigos.
Viva Portugal! Vivam os portugueses!

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

e a menina decoro morreu ao telefone a desejar boa sorte aos noivos. e os cavalos a correr.


estava eu para aqui, sincera e empenhadamente, a procurar um belo poema para oferecer a um amigo que se vai casar e que resolveu justificar social e sociologicamente o acto no convite que dirigiu aos amigos. veio-me à cabeça «o cântico dos cânticos». pu-lo de lado para evitar o clichet. fui aos clássicos à procura da eternidade do mármore branco que sempre cai bem nestas ocasiões, e deixei-me escorregar, estatelada, na irrepreensibilidade do bom gosto canónico.então, fui à velha antologia da vóvó natália et, voilá, eis o que me aproveu oferecer-lhe...um poema truncado e nada adequado ao enlace congugal! talvez porque este meu amigo seja há muito portador de uma estulta centelha no olhar que o faz irmão das moscas, dessas que vadiam entre níveos bolos de noiva e as virilhas mal aparadas das mininas.

assim, b., enquanto não chega a tua prenda (que a minha incorrecção pode ir ao ponto de faltar a eventos mas nunca ao ponto de deixar de celebrar os rituais dos amores com oferendas), aqui fica:
«(...)
Hiroxima Hiroxima meu amor gaseado
uma bomba rebenta na cabeça dum rei
a Senhora Camelo tem o sexo mudado
sabia o que fazia o que fará não sei.

O Cordeiro de Deus foi assado no espeto
extraíram-lhe o bedum esfregaram-no com sal
comeram-lhe os colhões deixaram-lhe o esqueleto
tiraram-lhe o retrato para pôr num missal.

Itae missa itae missa itété ou não é
itótó itátá a Titi não está cá
o Tutu dá o cu a Tété dá o pé
o Senhor dá o pão que o fermento não dá.

Meus Irmãos Meus Irmãos somos filhos da Virgem
somos filhos das putas que nunca se casaram
nosso pai é o tempo nossa mãe a vertigem
somos feitos dos trapos que nunca se juntaram.

Nascemos da orgia dos artigos de fundo
do minete dos padres nas bordas dos ricaços
do cuspo das beatas no Redentor do Mundo
do gozo masoquista do Senhor dos Passos.

Meus Irmãos Meus Irmãos é urgente lavarmos
no bidé das palavras a uretra dos nobres
mijarmos nos salões e depois ensaiarmos
a reacção dos poetas na gazeta dos pobres.

Meus Irmãos Meus Irmãos ensaiemos agora
antes que seja tarde antes que seja cedo
não há parto sem dor não há tempo sem hora
é urgente rompermos a vagina do medo.»

(world´s news, josé carlos ary dos santos )
um beijo para ti b. e boa sorte!

(perdoem as companheiras da roda de chá o vernáculo da linguagem, mas esta é uma conversa de vísceras entre velhos amigos! além do mais, este blogue, ultimamente, estava a ficar muito rosa chato!)