sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Um vestido às bolinhas amarelas


Tenho desde há umas semanas procurado comprar uma roupa e uns sapatos novos para a minha pessoa. Saio de casa decidida a comprar qualquer coisa e, de cartão multibanco em punho, dirigo-me decidida às minhas lojas preferidas.

Começo por me afastar liminarmente das calças (ainda não me sinto com coragem de verificar que o meu número já não é o mesmo) e das camisolas mais justas (pura e simplesmente, os meus novos implantes não cabem...). Restam-me coisas largas e a minha mente aspira a um vestido de cores vibrantes, tecido e corte irrepreensível, que de forma mágica me assente que nem uma luva (de pelica, claro). Procuro, procuro e nada. Se normalmente já parece difícil encontrar qualquer coisa, agora parece ser impossível.
E eu que gosto tanto de uma roupinha nova (como quem me conhece bem sabe) acabo por chegar a casa apenas com mais uns babygrows e bodies para 6 meses com ursinhos e bonecos afins...
Arranjem-me um vestido!!!!

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Pinceladas








Não sou, por natureza, uma mulher agarrada às memórias do passado distante, nem sou saudozista, e ouso pensar que é essa a razão pela qual acompanho com facilidade a evolução dos tempos e me consigo manter, se não jovem, uma adulta com o interior em aceitável estado de conservação...

Ontem, porém, as memórias levaram-me -a mim e à Missangas - a ir buscar os livros da Anita, que guardo religiosamente numa das estantes de casa, e o cheiro do seu papel reconduziu-me à infância e aos dias de férias passados com os seus personagens que eram meus amigos... e dei comigo a pensar na importancia que os livros então tiveram para mim...

Aprendi as primeiras letras com o Pantufa ...
Cresci com a Zé, o David, a Ana e o Júlio, partilhando as suas aventuras enquanto devorava fatias de pão de Mafra com doce de tomate, e os via comer cebolas de conserva...

Entrei na adolescência com a família Macedo...vi casarem-se a Rosarinho, a Inês, a Ana...

À sua maneira e a seu tempo, todos contribuiram para que eu tivesse vivido feliz os primeiros anos da minha vida... convicta que o mundo era perfeito, todas as histórias tinham um final feliz e existia o principe encantado...

Hoje não sei bem se a ideia de perfeição que está subjacente a tudo o que faço não será ainda culpa da Anita, do Tio Alberto ou da Rosinha mãe...que me fizeram pensar durante muito tempo que todos os quadros da vida tinham de ser pintados com as mesmas cores e a felicidade só podia ser escrita de uma única maneira...

Felizmente aprendi, poucos anos depois, que podemos pincelar os dias sem usar o cor de rosa, mais ainda, que cada um de nós pode optar por colorir de cores diferentes cada um dos dias e que a mescla das diferentes cores usadas é que enriquece o Mundo e, sobretudo, o nosso mundo interior...

para a soprónia inflávia


Querida Soprónia, a Mosca solidária com os teus dilemas mamários de recém-mamã, com os teus sentimentos de culpa de loba mal sucedida - essa mosca que também vivenciou esse dilema criado nas cabeças baralhadas de quem leu "Anita brinca às mamãs" e a Avó Simone- vem dar-te uma palavra de conforto. Ora dá lá uma vista de olhos às palavras de uma gaja ponderada , mais cabeça que mama, mais neurónios que glândulas mamárias. E que essas Laurindinhas , pedagogas e psicotretas vão mesmo é todas pó c... Viva o leite em pó, viva a pílula, viva a emancipação feminina, masculina e os maridos metrosexuais. Olha, como sabes os meus dois rebentos mamaram (mal) até aos três meses, e aí estão eles: uns belos e fortes moscardos.


http://www.rititi.com/labels/pr=C3=A9mios_vai_ao_cu_a_ti.html

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Pecados





À hora do almoço, depois de ter degustado a empada de cozido - deliciosa, mas comprometedora para a dieta que há muito não consigo seguir - vagueei, matando o ócio e a pouca disposição, pelas lojas da Av. da Liberdade. Há dias em que nada é suficientemente apelativo para afastar de nós a neura, que se não for atempadamente controlada pode abrir as portas à inércia ou à depressão. O dia de hoje era um desses, talvez porque o frio teimou em chegar e o calor me abandonou o corpo e a alma.

Olhei as montras, os escaparates... as cores baralhavam-se e diluiam-se nas ideias que não deixavam que as apreciasse, por de tão negras lhes esvaziarem os tons...

Já perdera a esperança de animar o dia, quando um pouco ao acaso entrei na Fashion Clinic e os vi. Pareceram-me sorrir. As cores voltaram a vibrar e decidi render-me à paixão que despertaram em mim.

Pouco depois saí da loja acompanhada por um belissimo par de sapatos Prada, que agora ocupam lugar de destaque no meu closet.

Amanhã será um novo dia, e sentir-me-ei, qual Gato das Botas, rendida ao poder que me será dado pela minha nova paixão.

Desculpa, amiga mosca, se voltei a pecar e faltei ao prometido....

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

E não é que se passou na EXPO?- Enganos e recorrências



« Manuel das Cebolas »

Deu-se perto de Beirolas
Um grande acontecimento
O tio Manuel das cebolas
Estreou umas cerolas
No dia do casamento

Nunca vira tal coisinha
E á mesa num repente
Disse p’ra sua queridinha
Vou fazer uma coisinha
Que ninguém faz pela gente

E já um tanto borracho
O tio Manuel das cebolas
Mesmo à beira do riacho
Deitou as calças abaixo
Sem se lembrar das cerolas

Já farto de se esforçar
Olhou para trás então
Ficou muito admirado
Pois já tinha despejado
E não viu nada no chão

A noiva por sua vez
Foi procurá-lo também
Esta teima que ele não fez
Mas ele batendo com o pé
Diz que fez e muito bem
E lá vão a questionar
Como sempre em casos tais
Mesmo à mesa do jantar
Quando se ia para sentar
Sentiu qualquer coisa a mais

E com grande sofreguidão
Mete a mão pela calça e diz
Olhem bem para a minha mão
Vejam quem tinha razão
Vejam s’eu fiz ou não fiz

« Cancioneiro Popular »

Estes versos do cancioneiro popular fazem parte do meu imaginário de criança e associo-os sempre às tertulias familiares. Imaginava, então, Beirolas um lugar recondito, longinquo, distante da civilização...

sábado, 25 de outubro de 2008

Emparedados

Na edição de hoje do jornal Sol lê-se que "O Tribunal de Contas segue ‘com toda a atenção’ o dossiê do contrato de alargamento do terminal de contentores de Alcântara, feito sem concurso público."

Ufa!!! Já estou mais descansada...!

De certeza que, a partir de agora, não será cometida (mais) nenhuma ilegalidade e o terminal de contentores não será construído.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

JP Simões e o Chico no Maxime


A mosca, que não gosta de dar conselhos aos outros, alerta só para a programação de ´sexta à noite no Maxime: JP Simões canta Chico Buarque. Para quem anda desatento, tente ouvir a versão da "Inquietação" do José Mario Branco deste belo trovador.

Se eu soubesse como , pespegava aqui com a música.


Mais vale tarde do que nunca.

Congela.Descongela.



Congela. Descongela.

Há aqueles acontecimentos estranhos, como essas chuvas de sapos de que nos fala a Missangas. De repente, de um modo imperioso, a vida parece parar. Cristaliza-se por segundos, horas, dias, sem que nada possamos fazer para que retome o seu ritmo normal. A doença súbita é uma dessas chuvas de sapos que temos que engolir. O corpo colapsa, sabe-se lá porquê, e tudo se concentra na sua imperfeição. E ali estamos nós, mais animais do que gostaríamos, a esperar que o imprevisto seja domável por uns quaisquer químicos que a razão humana nos disponibiliza para afastar a dor da nossa finitude. Também a morte dos outros, Não daqueles que morrem em magotes, num qualquer sítio remoto e exótico do globo, trazidos pelo quadrado luminoso aos lares pacatos à hora do jantar. Falo da morte dos que nos foram, por qualquer razão, próximos. Essa morte incómoda que nos obriga a faltar ao trabalho, mesmo no dia daquela reunião tão importante, e a fazer-nos à estrada para o funesto local onde se agendou o derradeiro adeus. Essa morte do outro que nos impõe, despudorada e urgentemente, que reflictamos sobre a insignificância da nossa própria vida. Vida, as mais das vezes, calendarizada e rotinada numa sucessão insana de actos que jamais nos lembraríamos de incluir numa biografia que, num qualquer acesso de egotismo, nos déssemos ao trabalho de escrevinhar. Há também aqueles acontecimentos-epicentro que irrompem com uma força excludente tal que varre do nosso espírito quaisquer outras coisas ou considerações que não o próprio acontecimento. Lembro-me do acto animal de dar à luz uma criança, dos primeiros, frágeis e etéreos dias em que se vela essa nova vida, da sensação avassaladora da paixão a irromper dentro do peito ou da urgência física do prazer. Falo, não sei bem porquê, destas pequenas paragens no tempo a propósito da chuva de sapos. Como naqueles hotéis cápsula japoneses para dormir a sesta, também nós, por vezes, somos confrontados com a necessidade inadiável de parar no lugar de uma dia ou hora normais que nada faria prever diferentes dos demais. E ali ficamos, especados, “como à espera do comboio na paragem do autocarro”, seja essa paragem mais ou menos aprazível, ali ficamos congelados por uns instantes. «Congela. Descongela», lembram-se do jogo de crianças?!

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Sensualidade






« Onde Vertige » é o novissimo aroma de Giorgio Armani.

Quente, doce, sensual.... diz-se que foi inspirado no Kama Sutra e na Índia.

Os aromas reportam-nos sempre a diferentes memórias: à infancia, a algum lugar mágico, a um momento inesquecivel...

Este, garanto-vos, poderá deixar-vos ficar na memória... pela melhor razão.

domingo, 19 de outubro de 2008

Chuva de Sapos



É inesquecível a cena do Magnólia em que chovem sapos. São aos milhares, caem devagar, de forma elegante, quase parece bonito, pelo menos harmonioso... até que, de repente, inesperadamente, começam a esborrachar-se no chão, nos carros, nos telhados. Os seus corpos, já de si repelentes, desmembram-se. O fim do bailado é brutal e sobressalta-me. Os sapos ficam espalhados pelas ruas, caem-lhes grossos pingos de chuva, a que são indiferentes. As pessoas espantam-se com o insólito mas prosseguem, absorvidas pelos seus dramas. Não sabem ser de outra maneira. A morte aconteceu mas a vida não pára. Uma onda de asco sobe-me pela garganta acima. Pelos sapos e pelo resto. A voz da Aimee Mann tranquiliza. Diz-nos que é assim, mas que é assim que tem de ser.

Laços.... Ou embrulhos

É sábado.
A Avenida da Liberdade cheira a castanhas, a Outono, à terra molhada pela chuva que caíu durante a tarde..

21h, na sala do Coliseu dos Recreios algum público - não tanto como o esperado - aguarda que a artista apareça e o envolva com a simplicidade e a sensibilidade das suas canções e da sua interpretação...

- Não estaremos muito à frente, Belinha? Estamos mesmo em cima das colunas....

- Calma Missangas, estamos nos melhores lugares...

É então que, de guitarra electrica em punho, o moço surge, instala-se no palco cumprimenta-nos com um familiar boa noite...Ouvem-se aplausos...Obrigadinho...

- Mas afinal não vinhamos ver uma mulher ?- sussurra alguém ao meu lado, tão pouco informada quanto eu....
- É o Tiago, o da Carta...
- Quem? Conhece-lo? Ele já te escreveu?

Faz-se silêncio. As canções vão surgindo e fluindo, das notas da guitarra electrica, da viola, do piano... o rapaz está sozinho em palco, mas saí-se bem...é simples, discreto e tem sentido de humor..

- Este teu amigo Nuno canta bem, gosto dele..
- Qual Nuno? Não me digas que já te contaram a minha história com o Nuno?
- Muitas histórias se passam lá nessa empresa onde trabalhas....mas afinal o tipo não se chamava Pedro?
- Hã? Deixa ouvir...Chama-se Tiago...E, por favor não me fales no Pedro que por causa dele já fiquei com dois riscos no carro...

... Fazes muito mais que o Sol... Fazes muito mais que o Sol... a voz rouca continua a ecoar ... entre palmas e coros que irrompem da sala...Obrigadinho...O rapaz para além de cantar bem é educado...

- Podiam dizer-me as horas?- Obrigadinho....é que a Aimee já me está ali a chamar- se calhar já não posso cantar mais nenhuma canção...
Ainda há tempo Aimee? ... Obrigadinho.... Devolve-me os LAÇOS meu amor....Devolve-me os LAÇOS....

Depois pega na guitarra, esquece a garrafa de Luso sobre o piano...- Boa noite, Obrigadinho..

É então que começa o espectáculo esperado.. o público entusiasma-se com a artista- Aimee Mann está no seu melhor, a demonstrar a grandiosidade que a simplicidade pode ter...o tempo voa....

- Passou depressa... mas foi melhor do que ficarmos em casa...Gostei do Nuno...na empresa onde trabalhamos também se criam Laços com muita facilidade...
- Qual Nuno? Do Tiago? Há Laços e Laços... e grandes embrulhos... isso garanto-te eu...
- Ainda me hás-de contar como foi que este Nuno te escreveu..aí há história...olá se há....
- Já lhe devolvi os LAÇOS....
- Ao Nuno? Vê lá tu que nem dei por nada... hoje estou um bocado distraída....Ah então vocês já não andam? Bem me pareceu que ele devia ter um caso com a Aimee... deve ter sido por isso que ela o convidou à ultima hora para fazer a primeira parte do concerto....


sábado, 18 de outubro de 2008

Vantagens.... ou solidões acompanhadas





- Eles disseram que vai estar bom….Sol, um bocadinho mais frio do que ontem....acho até que já vi por ali umas nuvenzitas… se calhar ainda vai chover… ainda bem que decidimos não ir ao casamento…. Poças.. que grande chatice… e o que poupámos?....

…….e não era só a massa… era o vestir, ir, cumprimentar aquela gente toda….empanzinarmo-nos, ficarmos mal dispostos para o resto do mês… mas poupámos, se poupámos…. Poupámos uma pipa de massa….

…. Até te faço já aqui as contas…

….Começa logo que… poupámos na prenda… uma prenda.. ainda por cima da lista que era, não custava menos de uns 100€/150€…Que eu até gosto muito da Adelaide… se gosto da Adelaide! Conhecemo-nos desde pequenas… Mas desculpa lá, oh Adelaide! A tua filha não leva prenda de casamento!....

…Também poupei no vestido…Sempre podia levar o meu de casamento, mas já não me serve…Não serve nada homem! Fica-me muito apertado! Para vocês serve sempre tudo!
… Um vestido 250€… mais 15€ para as meias… 100€ para os sapatos…se os comprasse na loja do teu amigo Pires não custavam menos do que isso…Para mim parece que está tudo…Agora vejamos para ti… um fato 1000€…....

…ah! E poupámos na gasolina para irmos para lá, e para virmos para cá… isto para já não falarmos na que gastávamos para ir ás lojas comprar as coisas…

… e também poupámos no telefonema que não fizemos a dizer que não íamos…

….ora bem… isto tudo dá… faz aí as contas…

... Quanto dá?!.....dá… sei lá eu quanto dá… um balúrdio é o que é…

….tu já pensaste na pipa de massa que poupámos?!?....

…Ai homem, com a massa que poupámos até podíamos fazer uma viagem…
....podiamos fazer um fim-de-semana na Madeira?! Já nos estou a ver... tu e eu… os dois… na Madeira....

.....achas que o Alberto João nos ia convidar para alguma recepção?...

… Tu já pensaste bem na massa que poupámos?!?....

... E se não formos à Madeira? Aí homem, aí sim, é que poupamos!..........uma pipa de massa...

.............

… Ainda estou aqui a pensar… com a massa que poupamos se não formos á Madeira, podemos ir a outro lado qualquer…....

« Cenas de um Casamento », Luisa Costa Gomes ( versão livre )

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Afectos


Ternura

Desvio dos teus ombros o lençol,
que é feito de ternura amarrotada,
da frescura que vem depois do sol,
quando depois do sol não vem mais nada...

Olho a roupa no chão: que tempestade!
Há restos de ternura pelo meio,
como vultos perdidos na cidade
onde uma tempestade sobreveio...

Começas a vestir-te, lentamente,
e é ternura também que vou vestindo,
para enfrentar lá fora aquela gente
que da nossa ternura anda sorrindo...

Mas ninguém sonha a pressa com que nós
a despimos assim que estamos sós!

David Mourão-Ferreira, in "Infinito Pessoal"


Para além dos sexos, dos contratos, das convenções... só os afectos deveriam importar.

Brindemos-lhes nesta tarde de sexta-feira... com ternura.

Take II- a mosca volta a atacar


NOIVADO
Estendeu os braços carinhosamente e avançou, de mãos abertas e cheias deternura.- És tu Ernesto, meu amor?Não era. Era o Bernardo.Isso não os impediu de terem muitos meninos e não serem felizes.É o que faz a miopia.

Ainda o casamento. Provocações de uma mosca celibatária



CASAMENTO
por Mário-Henrique Leiria


"Na riqueza e na pobreza, no melhor e no pior, até que a morte vos separe."Perfeitamente.Sempre cumpri o que assinei.Portanto estrangulei-a e fui-me embora.In "Contos do Gin-Tonic" (1974)

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Terão sido felizes para sempre?


A Invenção do Amor

Em todas as esquinas da cidade
nas paredes dos bares, à porta dos edifícios públicos, nas janelas dos autocarros
mesmo naquele muro arruinado por entre anúncios de aparelhos de rádio e detergentes
na vitrine da pequena loja onde não entra ninguém
no átrio da estação de caminhos de ferro que foi o lar da nossa esperança de fuga
um cartaz denuncia o nosso amor

Em letras enormes do tamanho
do medo da solidão da angústia
um cartaz denuncia que um homem e uma mulher
se encontraram num bar de hotel
numa tarde de chuva
entre zunidos de conversa
e inventaram o amor com carácter de urgência
deixando cair dos ombros o fardo incómodo da monotonia quotidiana

Um homem e uma mulher que tinham olhos e coração
e fome de ternura
e souberam entender-se sem palavras inúteis
Apenas o silêncio
A descoberta
A estranheza
de um sorriso natural e inesperado

Não saíram de mãos dadas para a humidade diurna
Despediram-se e cada um tomou um rumo diferente
Embora subterrâneamente unidos pela invenção conjunta
de um amor subitamente imperativo

Daniel Filipe

E foram felizes para sempre...

Para aqueles de entre nós que casaram, perguntemo-nos: porque o fizemos? Pondo de parte as razões de sacramento - para os mais religiosos; os benefícios fiscais - para os mais poupados e os efeitos civis que acarreta o matrimónio - para os mais pragmáticos, o que resta? A ideia de romance. O simples acto de, perante aqueles que nos são próximos e queridos, afirmarmos que amamos alguém e com essa pessoa queremos construir um futuro comum. O ter um dia especial e simbólico que gera recordações para a velhice. O sonho de alguns de vestir um vestido (ou fato) especial e de dar uma festa de arromba! Alguns não dão relevância nenhuma a tais ninharias (o meu caso). Para outros tal assume grande importância. E deveriam ter o direito de o poder fazer com quem muito bem entendessem.


terça-feira, 14 de outubro de 2008

Informação útil para moços desatentos... ou politicos pouco informados

http://pt.wikipedia.org/wiki/Carla_Bruni

Será que a moça é actriz?

Será?

Amigo, nem sempre tudo o que parece é...

A Carlita dedica-te esta canção, da França, com amor....

Se fores muito muito forte e tiveres tomado antes uma bica dupla vais conseguir ouvi-la até ao fim...

Rui Pereira, o malandreco

sábado, 11 de outubro de 2008

Aos Amores



Dois amantes felizes não têm fim nem morte,
nascem e morrem tanta vez enquanto vivem,
são eternos como é a natureza.

Pablo Neruda

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

tempos de mudança


Pois é. A Mosca Albertina que tanto zumbiu para que este blogue existisse dedica-se hoje, pela primeira vez, a revoltear no ar umas quantas palavras perdidas neste encontro improvisado a pretexto de chá. Quanto aos seios despeitados, dispensa-os a mosca. Prefere os outros, os da liberdade- Delacroix- guiando o povo. Ou aqueles que nos esperam fielmente na província para onde nos retiraremos um dia destes.Os tempos não são os mais fáceis, como as caras amigas ( camaradas? companheiras? Que tratamento vamos inaugurar nesta roda de chá?) já fizeram notar, e a província, digo-o eu. é mais genuinamente acolhedora. Reaprender com urgência os actos primeiros de plantar, colher e comer, seria uma boa panaceia para as dores futuras que nos anunciam: a crise instalada , a morte de um capitalismo selvagem que preferíamos ignorar comprando esses sapatos de que a Belinha tanto gosta. Como acontece em todas as crises vivemos momentos de tensão criadora. Celebremo-la então! Que mundo novo será esse que para aí vem, agora que a mão invisível se revelou amputada de qualquer bom-senso. Eu cá não sei. Também não pensaria viver este momento histórico em que os arautos do liberalismo, a cavalo do optimismo antropológico que vê o homem e a sua liberdade como a medida de tudo, mendigam pela protecção da comunidade erigida em Estado. Desse mesmo Estado criado pelas contribuições dos desprotegidos pela mãe-mão avara. Dizem agora alguns, com algum mal disfarçado cinismo, que afinal a democratização do acesso ao crédito é que esteve na base da crise. Pergunto-me, inocentemente, se o tal senhor Muhammad Yunus do Bangladesh que inventou o microcrédito também se encontra à beira da bancarrota. Os tempos são de mudança. Afirmação redundante diria o Heraclito de Éfeso. Viveremos nós ainda o momento histórico em que um negro/preto (deixo-vos a opção pelo politicamente correcto consoante a vossa inclinação/sensibilidade cultural) será presidente dos poderosos EUA? E veremos o mundo mudar com a assunção do poder por uma das minorias mais mal tratadas da história da humanidade? Eu cá, que sou uma mosca habituada a farejar desperdícios, apesar de idealista, hesito na resposta e pouso por momentos na cabeleira hirta de laca dessa senhora negra/preta Condoleezza Rice à procura de uma resposta simples. Não a encontro. E aqui estamos nós, três mulheres e uma mulher-mosca, tão diferentes entre si, a debitar pensamentos perdidos para o cyberespaço. À míngua de rituais telúricos, como as desfolhadas ou as vindimas, que rotinem encontros, celebramos a vida nestes happenings virtuais onde até o chá é a fingir. Celebremos, então, a goles delicados de chá virtual estes tempos de mudança.E como diria um outro senhor, «E se todo o mundo é composto de mudança, troquemos-lhe as voltas que ainda o dia é uma criança». E assim me vou, cantando, porque , como diz o povo, «quem canta seus males espanta».
Bzzzzzzzzzzz, bzzzzzzzzzzzzzzz, bzzzzzzzzzzzzzzzzzzz.
A Mosca Albertina.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Risos e Sorrisos



Quando estamos felizes....
Quando depois de um dia de trabalho o cansaço se instalou...
Quando nos parece que só encontramos contrariedades....
Quando chove...
Quando a decisão certa teima em não chegar na hora exacta....
Quando estamos sós...
Quando estamos bem acompanhados...

Persistir





O NAMORO


Mandei-lhe uma carta em papel perfumado
e com letra bonita eu disse, ela tinha
um sorriso luminoso tão triste tão gaiato
como o sol de Novembro brincando de artista
nas acácias floridas, na fímbria do mar

Sua pele macia era sumauma
sua pele macia, cheirando a rosas
seus seios laranja, laranja do Loje
eu mandei-lhe essa carta
e ela não disse que não

Mandei-lhe um cartão
que o amigo maninho tipografou
“por ti sofre o meu coração”
num canto “sim”, noutro canto “não”
e ela o canto do “não” dobrou

Mandei-lhe um recado pela Zefa do sete
pedindo e rogando de joelhos na chão
pela Senhora do Cabo, pela Sta Efigénia
me desse a ventura do seu namoro
e ela disse que não

Mandei à Vó Xica, quimbanda da fama
a areia da marca que o seu pé deixou
para que fizesse um feitiço bem forte e seguro
e dele nascesse um amor como o meu
e o feitiço falhou

Andei barbado, sujo e descalço
como um monangamba procuraram por mim
não viu, não viu, não viu o Benjamim
e perdido me deram no morro da Samba

Para me distrair levaram-me ao baile
do Sr. Januário, mas ela lá estava
num canto a rir, contando o meu caso
às moças mais lindas do bairro operário

Tocaram a rumba e dancei com ela
e num passo maluco voamos na sala
qual uma estrela riscando o céu
e a malta gritou: “Aí Benjamim!”

Olheia nos olhos, sorriu para mim
pedi-lhe um beijo, la la la la la
e ela disse que sim
e ela disse que sim

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Perplexidades II





(retiro tudo o que disse sobre apoiar o Mcann...Antes o Obama com ou sem amigos terroristas. O que é um ataquesito suicida face aos códigos das bombas nucleares nas mãos desta senhora???)

Perplexidades I



Aplicando o mesmo princípio, por estar mais perto de Espanha, o Presidente da Junta de Freguesia de Portela do Homem é o melhor candidato a Presidente da República. Inteligente esta moça. O John teve olho!!

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Quantas vezes não nos apercebemos do que de bom a vida tem?

<


Dia 18 o Coliseu será nosso.... para sentirmos ao vivo as emoções

domingo, 5 de outubro de 2008

Procurado


A quem o encontrar agradeço que o encaminhe para Oeiras ( durante o horário de expediente ) ou para Belas ( depois das 17h ).

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Capturing the wind




Aqui fica um vídeo ternurento para se comoverem durante o fim-de-semana e pensarem, (naqueles momentos...), como as crianças são o melhor do mundo.