sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Bunny suicides

Ano 3000. A nave aterra no planeta castanho. O vento levanta o pó na paisagem deserta. Numa placa partida, numa qualquer língua bárbara, lê-se a palavra "Kobenhavn".

Da nave descem duas criaturas. São vulgares extraterrestres, verdes com antenas, um só olho e andar desengonçado sobre pernas curtas e gorduchas. Processam rapidamente a informação da placa e percebem que, em tempos, ali foi Copenhaga.

Atingem o solo e um deles logo tropeça em algo azul semi-coberto pela areia. Animados pela febre arquelógica que os levou a encetar aquela viagem, desenterram o objecto. Apercebem-se, de imediato, tratar-se de uma das célebres criações JP Sá Couto, já suas conhecidas de outras expedições e espalhados pelo planeta, especialmente nas zonas mais bárbaras: a Península Ibérica e América do Sul. Na frente do rectângulo de plástico azul leêm a palavra magalhães e rejubilam. Abrem o que sabem de antemão ser um pc e que funcionará: a tecnologia JP Sá Couto nunca os desiludira!

É assim que, sem surpresa, observam o ecrã a iluminar-se. Poucos segundos depois, a cara sorridente de um humano aparece como wallpaper. Conhecem-no bem. É Sócrates, um filósofo e político que, segundo as suas investigações, vivera durante muitos séculos. Primeiro na Grécia, onde professara uma filosofia inteligente e, mais tarde, em Portugal, onde nada disso acontecera. Atribuíam tal facto à senilidade própria da idade pois, do que sabiam, não era vulgar, um humano viver tanto tempo.

Freneticamente, começam a abrir os documentos guardados no pc. Intimamente, sentem que aquele pequeno objecto lhes irá revelar a causa da extinção da vida na Terra.

Minutos depois, detêm-se num documento denominado "Cimeira de Copenhaga - 2009". Leêm alguns parágrafos e compreendem. Os humanos, em seu entender as criaturas mais disparatadas e destituídas de inteligência de todo o Universo, durante muitos séculos reproduziram-se que nem coelhos (estes animais também existiam no seu planeta, a única diferença era que tinham antenas e eram verdes). Não satisfeitos com tal infestação, desataram a produzir gases que os asfixiavam assim como às restantes criaturas que, inocentemente, tiveram a fatalidade de partilhar consigo o planeta. Num raro laivo de inteligência, aperceberam-se de tal facto e que a sua existência estava condenada. Foi nessa altura que surgiu esta tal cimeira que, segundo percebem, se destinaria a inverter este estado de coisas.

Porém, aquelas pobres cabeças não davam para mais e apesar das boas intenções (há que reconhecê-lo), nenhum dos presentes foi capaz de perceber que se estivessem todos mortos a taxa de emissões de monóxido de carbono atribuída a cada um dos países era irrelevante. Na verdade, o que todos queriam mesmo era que as conferências acabassem cedo para poderem regressar aos luxuosos quartos de hotel, onde os aguardavam garrafas de champagne e belas dinamarquesas de cabelos louros e corpos esbeltos.

Satisfeitos, regressam à nave. Mais um mistério do Universo resolvido. Agora só lhes faltava apurar a causa de extinção dos dinossauros e da civilização Inca. Pena a JP Sá Couto ainda não exisitir nessa época...Pelo caminho ainda recolhem um livro que levam consigo. Encantavam-nos aqueles livros da Anita. E nem de propósito! Era o "Anita e o Magalhães" !!

domingo, 25 de outubro de 2009

SEGREDO


Vou-vos contar um pequeno segredo: tenho um fraquinho por miudos altos e com ar reguila.

Pois é verdade, sempre tive alguma dificuldade em achar alguma piada aos homens da minha idade ou mais velhos, e hoje, que os ditos, já começam a ficar acabados, pior...

É por isso que, sabendo ser polémica, vos digo que acho piada à franja, ao sorriso malandro de miudo, ao andar desengonçado do Ashton Kutcher.

O tamanho não importa, é verdade, mas 1,91m, é 1,91m... e garante-nos elegância e proporção quando calçamos uns pumps com 15cm...

Pelos vistos não sou a única. Há por aí outras raparigas para a minha idade a acharem o mesmo, não é verdade Demi?

sábado, 24 de outubro de 2009

Olá...

Se desapossados é que estamos livres para trabalhar, tinha de vir a bestíuncula ter comigo.
A aragem do blogue, isto é.
Como estou piegas, é sexta-feira, e não quero mais, venho dizer um olá, para me juntar à revoada.
E prestar um inequívoco tributo ao José Saramago, que é um orgulho para a pátria da língua portuguesa.
Espero sinceramente que não comece a escrever em castelhano ainda que a grande Ibéria dos seus sonhos se torne realidade.
Diz que Deus não existe, mas que o há em abundância nos livros dele há.
Disso tenho provas materiais, que já as li. E já tomei café com elas. E gosto muito.
Também gosto muito do anúncio do rapaz que faz tudo para chegar à fala com a Eva Mendes e depois não lhe diz nada! É que podia não lhe dizer nada de jeito, mas não lhe diz rigorosamente nada!
É tão trágico e tão familiar que me comove.
Muito gosto também em ter estado com vocês este bocadinho, Evitas a quem não disse quase nada.
Vão postando que me fazem feliz.
Eu não faço parte (será assim que se diz?) do facebook.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

CORAGEM


Estou em falta, eu sei. Em falta para com aqueles que se habituaram a ler as minhas histórias e a rir ou sorrir com elas. Em falta para com aqueles que se habituaram apenas a confirmar a minha presença e a dizerem « ok a moça lá continua a escrever umas coisas que ninguém lê, mas deve ser feliz com isso ». Em falta para com aqueles que diáriamante consultavam o blogue para poderem dizer « esta Belinha não escreve nada de jeito ». Em falta para com as minhas amigas que me convidaram a participar e acreditaram na minha colaboração regular. Em falta sobretudo para comigo, que não sou mulher de fugir aos compromissos ou de abandonar os projectos por dá cá aquela palha ou sem dizer água vai nem água vem... o que é aliás bem comum, mas que todos os que me conhecem bem sabem o quento detesto.

Certo é que os dias, as semanas, os meses foram passando e levando com eles as histórias, as ideias, a imaginação que não consegui agarrar e trazer até vós.
Por várias vezes, abri a página, pensei no tema, ensaiei as imagens... mas a vontade nunca foi de tal forma forte que permitisse a conclusão de qualquer das histórias que tive em mente. Havia sempre algo mais forte, mais determinante que me impedia de concretizar o que pleneara.
Acontece tantas vezes pleanearmos e não concretizarmos... vocês sabem... tantas vezes...mesmo quando detestamos que assim seja...

Hoje no cinema voltei a ver aquele anuncio da Vodafone, em que o rapaz faz de tudo para poder obter o número de telemovel da actriz e, quando o obtem e ela atende, perde a coragem e desliga sem falar.

Quantas vezes não vos aconteceu já lutarem por algo que muito queriam e depois no ultimo momento vacilarem, abandonarem o barco, por falta de coragem, por medo das consequencias, por medo de deixarem o patamar de segurança e conforto em que deciriram estagnar?

Quantas vezes não nos aconteceu já decidirmos não arriscar, não caminhar, não descobrir...

Quantas e quantas vezes pensámos poder deixar tudo, mudar tudo, arriscar sermos felizes... e depois, no último momento, decidimos fazer-nos acreditar que não valia a pena...

« Tudo vale a pena quando a alma não é pequena »

Vale a pena sonhar, acreditar, arriscar...

Vale a pena neste Outono, com a chuva por companheira, continuar a poder partilhar convosco as pequenas histórias, as emoções, as futilidades... a arte... a vida...

Vale a pena amanhã recomeçar...a escever regularmente no blogue...ou a ter a coragem de terminar o que pleaneámos ou de começar o que desejamos...

DIA MAU

Olá meus e minhas apreciadore(a)s, bem sei da vossa indolente tristeza, assim do género, espera aí que sinto uma névoa no coração, não sei bem o porquê, mas é uma névoa e aterrou no coração. Ai não sabem?!! Seus e suas malandro(a)s!!!
Pois não fosse EU o vosso cérebro nunca conheceriam a razão de tal névoa entristecida e amarelenta. Sou EU que vos falto!!! Queria EU ser pontual como manda o meu signo e falam as moscas muçulmanas, mas a preguiça, esse pecado viperino, não ME larga. Depois vem a gula, a luxúria (ai a luxúria, que ganas!!), a ira, a inveja, e a eterna vaidade (chamaram-ME?). e tantos outros, que os pecados são como os pés, não param de crescer!!
Estive até hoje à espera da chamada que não veio. Estava previsto EU, a gloriosa MENTE, ser convidada para fazer parte do novo governo. Constava no corredor dos boatos que seria EU, apenas EU, a próxima ministra da educação. Mas afinal foi aquela a quem também não convidaram, mas que ela está lá, está...
Sinto-me siderada perante a ignomínia... já pensei até em mudar de nacionalidade, mas como há tanto tempo que não digo piadas religiosas até o outro ME passou à frente. E é debates televisivos, e é conferências, e é entrevistas, mas a MIM ninguém ME tira da ideia que o gajo ME andou a ler para escrever o seu livrinho. Quer dizer, EU esfarrapo-ME dia e noite a laborar na escrita, depois de ter lido milhar e meio de versões da bíblia, e o gajo é que vende!!!
É que a polémica mais intensa que consegui foi por causa do cão na china (não não é da tinta da china). Todos se borrifaram para o facto da Maria andar a comer os melhores gajos de Roma e encornar o “panasca” do José. E ainda ser uma sabichona que em vez de ser a vadia da mãe solteira é a virgem Maria. Se a gaja não a sabia toda...
Mas em fim, abandonei o tema e a comida fui EU.
Sem dia da semana certo, sem tema de eleição, sem comentadores, sem graçolas, sem fado nem lado, fazer o quê?
Enterrar os longos caracóis (não as lesmas, entenda-se) na almofada e apelar à aragem divina que não ME constipe, que este ano não é ano bom para as doenças.
Espero ver-vos em breve seus e suas desatento(a) leitore(a)s.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

mosca generosa em dia de chuva

ó irene sirva o leite-creme!

caras companheiras de blogue, é já tempo de chuvas! tudo convida à instrospecção. todos os dias acontecem milhares de coisas sobre as quais vale a pena falar.eu, mosca me confesso, preparo-me para me acostar aqui nesta fita adesiva doméstica e zumbir-vos com maior regularidade no meio da preparação outonal de compotas ( mas não com a cadência certeira da nossa ego-solar, porque tal contraria a minha natureza).
que silêncio devorador é este que paira no nosso blogue?palpita-me uma rendição indolente à natureza telegráfica do facebook, muito mais consentânea com as nossa vidas de «mulheres activas e emancipadas»... exorto-vos a voltarem ao convívio aproveitando a boleia da enxorada das chuvas...vamos lá para o ponto cruz dos nossos lavores de escribas mal-amanhadas. prontos, prometo, não volto a postar José Mário Branco! (já, agora, quem quer levar crias ao concerto de sexta??? só para os educar..)

deixo-vos aqui uma pequenas pérolas para vos seduzir.

uma música:


um filme que perdi, mas que vou ver no circuito comercial, nem que a vaca tussa( que lindos os rostos descobertos destas mulheres a emocionarem-se com a história de amor persa de shirine):




uma sugestão para as atarefadas e distraídas:

o doclisboa está aí a rolar a toada a velocidade. ontem vi um documentário fabuloso- «below the sea level» -sobre uma comunidade de inadaptados sociais (?) que vive exilada num deserto dos EUA. para quem possa e queira , talvez seja possível revê-lo no próximo domingo caso seja um dos documentários premiados. há um diálogo fascinante acerca de moscas e o seu posicionamento na tabela evolutiva das espécies que me deixou em estado de graça, talvez o consiga encontrar na caixinha de surpresas do youtube e fazer, depois, um post solar!
zumbidos chatos em novimentos circulares, desta sempre vossa mouche albértine!
vá lá, vá lá: ó irene sirva o leite-creme!

terça-feira, 6 de outubro de 2009

OS SUBMARINOS



OS SUBMARINOS

Pois é verdade, sim senhor(a), tendes toda a razão para vos entristecer COMIGO. Faltei-vos uma vez mais. E logo agora que estais tão necessitados de MIM! Nesta época de confusão eleitoral, Eu, a nobre Sabedora, presenteei-vos com o silêncio. É verdade que fui copiada, mas tendes de admitir, mal copiada! No MEU silêncio não haveis tido qualquer gesto, qualquer piscar de olhos, qualquer murmúrio que vos levasse a pensar isto ou aquilo. Tendes de reconhecer que o MEU silêncio é um VERDADEIRO SILÊNCIO, não é como esses outros que se calam, mas sempre despedem alguém, aproveitando-se, claro está, da crise. “Afinal já há retoma económica, mas a ti, que te vejo todos os dias durante mais de vinte anos, vou-te despedir, pois a tua cara já me enjoa, e desculpo-me com a puta da crise, ou, afinal, quando falar, com a dúvida”, pois a dúvida sempre teve as costas largas, e quando alguém cheira mal dos pés ou da boca e é preciso despedi-la, não se vai dizer “vou-te despedir porque cheiras mal dos pés ou da boca”, não senhor(a), diz-se antes “tenho dúvidas sobre a tua competência e não dá para ter dúvidas”, e assim se despacham pessoas, homens e mulheres, excelentes profissionais, com a dúvida!
EU cá nasci com a dúvida, ela era mais pequena que EU, um ou dois dias, mas muito traquina, e muito terna também, e foi ali, no berço, no hospital de província, naquele exacto momento, EU com três dias, ela com dois ou um, ela olhou para MIM, EU olhei para ela, foi ali, mas é que foi mesmo ali, que Eu me apaixonei por ela e ela por MIM. Depois deste amor à primeira vista, foi um ver se te avias, EU e ela sempre juntinhas. Até hoje! Mas há pessoas que vivem mal com a dúvida e põem-se a fazer discursos, muito chatos e incompreensíveis, sempre com o objectivo de a perseguir, enclausurar e por fim matar.
Não acho bem, até porque para matar já temos o Dexter, um rapaz tão simpático e asseado que não só mata como corta logo o corpo aos pedacinhos para não ficar por aí a cheirar mal. É importante que numa época ecológica alguém se preocupe com a putrefacção dos cadáveres.
Mas estes gajos do silêncio macaqueado não sabem matar sem fazer lixeira. É por isso que vos digo o melhor para quem não sabe ficar calado é falar, mas falar todos os dias e a todas as horas, mesmo quando está a dormir, falar, falar sempre, assim já ninguém se dedica, dias e meses a fio, a pensar no que raio queria aquele dizer com o seu silêncio.
Na realidade, muito se pode compreender de um país que se perde em conjecturas com os silêncios e não com as palavras, até porque as palavras leva-as o vento, mas o silêncio...
Não há dúvida (cá está ela, de novo) que a pessoa mais inteligente é aquela que fala pouco ou mesmo a que não fala. Basta ver uma escola de mudos e percebe-se logo que ali estão os mais inteligentes de nós. Já com os cegos não é a mesma coisa, pois quem tem o olho é que é o rei, mesmo que seja um olho de plástico, ou um olho palrador (com uma boca falante, estão a perceber?). A MIM não me parece bem esta distinção entre os mudos e os cegos, afinal são deficiências, não é? conseguimos, por exemplo, aceitar, e até idolatrar, um presidente mudo ou com profundas deficiências na expressão oral, mas um cego?! Porque não um cego?!!!
Felizmente que não é o caso do nosso país em que todos, mas todos, todos aqueles que se dedicam à política não têm deficiências.
Depois da próxima semana, com o fim das autárquicas, mudo de tema, que até a MIM já me enjoa, sinto um ligeiro frémito de vómito sempre que penso nisto das eleições, mas enfim é para isso que ME pagam, e EU com a história do aniversário e depois da doença, sabem como é, uns espirros e já ninguém nos quer por perto, ai a H1N1, ai meu deus, que medo, tive assim uma quinzena de descanso, mas mesmo assim, obrigam-ME, a MIM, SOLARENGA mesmo em dias de chuva, a falar nestas coisitas de treta.
E é só por isso que antes de ME ir embora tenho de falar de submarinos. Para MIM um submarino é um objecto de grande estimação. Só tenho dos pequeninos, miniaturas, mas não conseguia viver sem eles. Tenho a sensação que sem eles fico desprotegida, quase vulnerável e depois com os espanhóis aqui tão perto...
Percebo perfeitamente a importância dos submarinos e até acho malvadez supor-se que são supérfluos. São eles que nos dão a nossa identidade nacional, que nos mantêm a cabeça à tona da água, apesar deles gostarem tanto de a mergulhar (ah! ah!, isto é aquilo a que se chama uma piada sobre submarinos), sem eles não tínhamos hino, bandeira nacional, território. A grande falha no nosso hino é exactamente não prestar homenagem aos submarinos, sempre presentes na nossa história nacional. Em todas as batalhas travadas e vencidas esteve sempre presente, activo, ainda que submerso, um submarino.
Quero lá saber se meteram ao bolso alguns milhões!!!
O que EU quero mesmo é poder dormir descansada enquanto os submarinos, lá longe, nas profundezas das águas, guardam o MEU sono redentor, espiando cada barulho suspeitoso das águas e com o seu corso negro mantendo à distância os nossos piores inimigos.
Viva Portugal! Vivam os portugueses!

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

e a menina decoro morreu ao telefone a desejar boa sorte aos noivos. e os cavalos a correr.


estava eu para aqui, sincera e empenhadamente, a procurar um belo poema para oferecer a um amigo que se vai casar e que resolveu justificar social e sociologicamente o acto no convite que dirigiu aos amigos. veio-me à cabeça «o cântico dos cânticos». pu-lo de lado para evitar o clichet. fui aos clássicos à procura da eternidade do mármore branco que sempre cai bem nestas ocasiões, e deixei-me escorregar, estatelada, na irrepreensibilidade do bom gosto canónico.então, fui à velha antologia da vóvó natália et, voilá, eis o que me aproveu oferecer-lhe...um poema truncado e nada adequado ao enlace congugal! talvez porque este meu amigo seja há muito portador de uma estulta centelha no olhar que o faz irmão das moscas, dessas que vadiam entre níveos bolos de noiva e as virilhas mal aparadas das mininas.

assim, b., enquanto não chega a tua prenda (que a minha incorrecção pode ir ao ponto de faltar a eventos mas nunca ao ponto de deixar de celebrar os rituais dos amores com oferendas), aqui fica:
«(...)
Hiroxima Hiroxima meu amor gaseado
uma bomba rebenta na cabeça dum rei
a Senhora Camelo tem o sexo mudado
sabia o que fazia o que fará não sei.

O Cordeiro de Deus foi assado no espeto
extraíram-lhe o bedum esfregaram-no com sal
comeram-lhe os colhões deixaram-lhe o esqueleto
tiraram-lhe o retrato para pôr num missal.

Itae missa itae missa itété ou não é
itótó itátá a Titi não está cá
o Tutu dá o cu a Tété dá o pé
o Senhor dá o pão que o fermento não dá.

Meus Irmãos Meus Irmãos somos filhos da Virgem
somos filhos das putas que nunca se casaram
nosso pai é o tempo nossa mãe a vertigem
somos feitos dos trapos que nunca se juntaram.

Nascemos da orgia dos artigos de fundo
do minete dos padres nas bordas dos ricaços
do cuspo das beatas no Redentor do Mundo
do gozo masoquista do Senhor dos Passos.

Meus Irmãos Meus Irmãos é urgente lavarmos
no bidé das palavras a uretra dos nobres
mijarmos nos salões e depois ensaiarmos
a reacção dos poetas na gazeta dos pobres.

Meus Irmãos Meus Irmãos ensaiemos agora
antes que seja tarde antes que seja cedo
não há parto sem dor não há tempo sem hora
é urgente rompermos a vagina do medo.»

(world´s news, josé carlos ary dos santos )
um beijo para ti b. e boa sorte!

(perdoem as companheiras da roda de chá o vernáculo da linguagem, mas esta é uma conversa de vísceras entre velhos amigos! além do mais, este blogue, ultimamente, estava a ficar muito rosa chato!)

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

heroes



(tanto para rabujar e a boca toda cheia de chá a ferver...num é educado falar e botar perdigotos nesta mesa apipocada...)

la mouche qui pleure/ la mouche qui rit

domingo, 27 de setembro de 2009

SER FELIZ




"Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes, mas não me esqueço de que minha vida é a maior empresa do mundo.
E que posso evitar que ela vá à falência.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise…
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história…
É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma…
É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida…
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos…
É saber falar de si mesmo…
É ter coragem para ouvir um "não"…
É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta…
Pedras no caminho?
Guardo todas, um dia vou construir um castelo..."

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

A IDADE DO CÉU




às vezes a idade perturba. a idade contem toda a nossa passagem do tempo. desse tempo que não podemos apreender. o tempo fica. nós não.



Por motivos de aniversário o episódio de hoje não será projectado. Lamentamos os inevitáveis inconvenientes com a promessa de na próxima semana no mesmo horário vos compensarmos desta inconsolável espera.
Boa noite e boa sorte...

sick minds

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

canções de setembro ou talvez de outubro



«No teu ombro respiro.

Belos são os navios,

altos, estreitos.

Feliz, o teu rosto no meu.

Que luz sobre o teu peito!



No teu ombro respiro.

Belas são as areias,

fulvas de verão.

Feliz, o meu rosto no teu.



Oh tão azul o mar na tua mão!»

Eugénio de Andrade.

hoje acordei a mastigar um velho poema feliz. cantei-o, um dia, sob uma luz tão branca que o apagou da minha memória, como uma fotografia mal revelada. voltou hoje, só esqueleto, a envelhecer sob este sol de setembro.
se encontrarem a versão cantada devolvam-ma, por favor. acho que era a maria joão e a aki takase.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Danças da vida

Não sei se « Dança Comigo » vos diz alguma coisa... muito provávelmente não... talvez recordem, vagamente, mais uma história de amor, sem história, perdida nas memórias de um longinquo Verão da decada de 80.

Na minha, memória desse filme, ficou uma canção romântica, que numa noite de Verão deixou a melodia registada no meu ouvido ... e a recordação dos tempos em que ainda se podia, sem medos, ser romântico e sonhar....

Os anos passaram, desde então, e com eles morreram alguns sonhos, alguns romances, alguns amores... e até a agradável memória que eu tinha da tal canção..... arruinada de vez numa noite fria, num teatro de Londres.

Hoje, morreu Patrick Swayze.... não o admirava especialmente, não o achava, nem nos tempos aureos, particularmente atraente, e sem saber explicar porquê senti-me triste
ao ouvir a noticia....

Procurei a velhinha canção e ao voltar a ouvi-la entendi a razão da minha subita triteza: nunca voltarei a senti-la hoje como antes... há sensações que não conseguimos manter, sentimentos que se desvanecem...vidas que terminam....e sem darmos conta, quantas vezes perdemos mais tempo a fugir deles/dela do que a VIVER.



segunda-feira, 14 de setembro de 2009





“É A VIDA!”





Olá meus e minhas queridos e queridas leitores e leitoras, aqui estou EU, uma vez mais, para vos ajudar a superar a depressão. Juntai-vos a MEUS pés e escutai a voz da sabedoria.
A frase da semana é:
“Não há mal que sempre dure pois temos sempre a morte para nos salvar.”
Antevejo os MEUS e MINHAS fãs de olhos chuvosos gritando esta frase na semana que se avizinha.
Ouço ao longe algo mais a ser dito pelos MEUS fiéis seguidores, ergo o ouvido, estaco de espanto e sinto uma ligeira baba escorrer-ME entre os lábios. A melodia cantada aveluda-ME o coração enquanto uma pequena lágrima sulca-ME o rosto. Não há dúvida que ME AMAM. Por iniciativa exclusiva dos MEUS e MINHAS fãs foi composta uma música com a seguinte letra: “Abençoada seja a segunda-feira por existir A SOLARENGA. Oremos SENHORA...”
Não é Lindo!!!!!!!!!
Quem tem um público assim de nada mais precisa, digo-vos EU!
Passado o intróito analisemos a semana que se foi. Na realidade, esta coisa das eleições torna as semanas muito mais emotivas. Acho até que foi por isso que todos quisemos ter três eleições este ano.
Os restaurantes é que sofreram muito. Coitados, estão às moscas (e isto não é piada para a Albertina). Só se safaram os restaurantes com plasma.
Ver assim os nossos grandes à hora de jantar a falar de questões profundíssimas tais como “ai não me faça essa cara” ou “é a vida” ou “o senhor não está a falar verdade” transforma uma mísera e parca refeição de rojões à moda do porto num verdadeiro acontecimento.
Gostei muito das boquinhas (leia-se, trejeitos com os lábios) do vendedor de Magalhães e do sorriso malandro da travesti da política de verdade.
Com estes debates percebemos que por trás, mesmo por trás, daquelas figuras públicas existem seres humanos, verdadeiramente humanos, com sentimentos de amuo, de incompreensão, de estupefacção e até de humor. E imediatamente começamos a imaginá-los com as calças para baixo e/ou com as saias para cima, sentado(a)s na sanita, numa atitude de esforço. O rosto a ruborizar, os olhos semicerrados de dor, os punhos fechados, um ligeiro gritinho, um som inconfundível semelhante a um trovão... e depois... bom depois o relaxamento do rosto, o sorriso de alívio e..., bom, não há como negar, o cheirinho insuportável.
É nesses grandes momentos de conquista, convém dizê-lo, que nos enternecemos com os líderes!!!!
A MIM pareceu-ME que os dois principais líderes têm algumas dificuldades na defecação, e isso é sempre triste, pois causa muitas dores, irritações, sensações de enfartamento e, pior entre os piores, hemorróidas. É claro que já há operações, mas mesmo assim... o ânus nunca fica igual! E se é verdade que o stress potencia as crises de obstipação, coitadinhos dos líderes por esta altura do combate político!!
Mas voltemos à temática política e abandonemos a tentação de imaginar os grandes líderes em actos copulares ou afins...
A MIM fascina-ME muito a Verdade, desde logo, porque é o contrário da Mentira e a Mentira é muito feia, tem muitas pernas, se bem que curtas (ai ai que a mentira tem perna curta), um olho de vidro e uma cara de má.
A coisa mais interessante da mentira é a quantidade de vezes que diz “adoro a verdade”. Não é de estranhar porque a mente humana é muito complexa e no fundo todos nós queríamos ser o que não somos e só queremos o que não temos.
A procura da Verdade é tema das filosofias, uma coisa que, vê-se logo, assenta muito bem na grande líder feminina em concurso. O arcaboiço cultural da personagem em questão é esmagador e, atente-se, nas longas horas de meditação a que se submeteu para conseguir alcançar a resposta sábia a uma das grandes questões das sociedades humanas. Sabeis vós porque razão existem ricos e pobres, exploradores e explorados? Ah, não sabeis, ?! Anos e anos de estudo e nunca uma resposta vos ocorreu. Leituras de Marx, de Engels, nada vos elucidou sobre a questão? Nada?! Nem mesmo os licenciados em economia conseguiram obter resposta? Mais voilá, la (ma)dame, a grande economista portuguesa, que conhece de trás para a frente a diferença entre IRS e IRC e que bem sabe que cada homem (leia-se também mulher) é uma empresa, descobriu a resposta: “É a vida!”
Nem mais!!!
É que é mesmo a puta da vida que faz com que nasçam bebés desnutridos em África e inteligências populistas em Portugal!!!
Ah, e não se esqueçam que de Espanha nem bom vento nem bom casamento, que quem tudo quer tudo perde, que há mais marés que marinheiros, que a cavalo dado não se olha o dente, que a culpa morreu solteira, que burra velha não aprende línguas, que muda-se de moleiro mas não se muda de ladrão, e que é isto o que nos espera...
Boa semana e que a sorte vos acompanhe.

sábado, 12 de setembro de 2009

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

É IMPORTANTE UNIFORMIZAR

Sentiu-se inundar de luz. estremeceu. antes de largar o jornal já pressentira o ocorrido. ELA olhava-o furiosa. “onde está a Administração?” – perguntava ao mesmo tempo que em passo acelerado se dirigia para a porta com o letreiro ADMINISTRAÇÃO. Óscar ainda tentou retê-LA, mas sabia tratar-se de acto impossível. a porta fechou-se com fúria. Óscar não duvidou que já não ia sair a horas. limpou o suor da testa. se não tivesse deixado de fumar...
lá dentro tudo era oval. mesa, cadeiras, candeeiros, computador, impressora. “bizarrices da Administração!” – pensou ELA.
a Administração olhou-A com ar enfadado, sem lançar qualquer som. essa indiferença ainda A enfureceu mais. “EXIJO saber de quem foi a ideia de passar a MINHA TEMPORADA para segunda-feira?!!!” – quase gritou – “então não sabem que o MEU público espera por MIM aos Domingos!!!! já para não falar do facto de EU odiar as segundas-feiras!!!”
a Administração sorriu e refastelou-se na cadeira oval. olhava-A divertida.
“qual é a piada?” – perguntou ELA – “o dinheiro que VOS dou a ganhar é assim tão insignificante?”
a Administração encolheu os ombros e numa voz rouca, de puro fastio, sussurrou – “ninguém é insubstituível. hoje gostam de ti, adoram-te, amanhã nem sabem quem tu és. showbiz, para o bem e para o mal. showbiz!”
“que disparate!” - rematou ELA – “não SOU nem nunca SEREI substituível. EU SOU a ÚNICA, a MARAVILHOSA, a ESPECTACULAR, a INOLVIDÁVEL SOLARENGA!!!”
“ah! ah! ah!” – gargalhou a Administração – “passaram-se dois meses. dois míseros meses e já quase ninguém se lembra de ti. minha querida o público tem memória curta. vivemos à velocidade da luz. quiseste fazer um retiro, pois muito bem, isso tudo é muito moderno, muito profundo, mas enquanto estavas no retiro o mundo não parou.”
“isso não é bem assim...” – gaguejou ELA – “quando ME cruzo com o MEU público sinto o carinho, a satisfação por ME reverem...”
“sim, pois, ainda têm uma ideia de ti...” – interrompeu a Administração – “mas é uma ideia do passado, como se fizesses parte da infância deles. estamos a correr riscos contigo, sabes? o que tu fizeste não se faz. não se pode abandonar o barco quando a coisa começa a aquecer. traíste-nos. a nós, Administração, que te tirámos do anonimato, e a todos aqueles que esperavam por ti aos Domingos.”
“não foi MINHA intenção atraiçoar quem quer que fosse” – balbuciou ELA – “apenas fui acometida por uma conjugação de energias muito poderosas que ME atiraram para outro lado. tive de seguir o impulso!”
“e quem garante que daqui a três semanas, um mês, não tens um outro impulso. não, não dá para te dar a melhor noite. está fora de questão voltares a ter o Domingo.” – quase berrou a Administração – “e tens muita sorte em estarmos a investir tanto dinheiro em publicidade contigo. mas é a última vez, ouviste!!!”
“não tive qualquer intenção em ofendê-la, em ofender o público” – choramingou ELA, e, com a lágrima no canto do olho, naquele canto onde de manhã espreguiçam as ramelas, saiu porta fora em velocidade superior à da luz.
Óscar sentiu frio, olhou por cima do jornal e apenas vislumbrou uma sombra. pensou ser do sono.
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Meus (Minhas) adoráveis e embevecidos(as) fãs. Sabem quem está de volta???? AQUELA que NUNCA ESQUECERAM... A SOLARENGA!!!!
E aqui estou EU de novo para vos alegrar nesse vosso monótono e enfadonho dia-a-dia. Agora a alegria já pode retornar aos vossos amarelecidos sorrisos. Aquele aperto no peito provocado pela MINHA ausência deixou de fazer sentido!!! EU preencho-vos o vazio, o tédio. Acabou o desespero, a angústia, a depressão. MEUS AMORES, VOLTEI!!!!
Estranharão por certo esta minha mudança de aparição... mas tudo o que faço é por vós, meus muito adorados(as) fãs.
Assim que soube que o pior dia para vocês viverem sem MIM era a segunda-feira, o dia mais triste e depressivo do calendário, ordenei a essa gentinha que manda nisto que destituíssem quem quer que possuísse a segunda-feira para ME colocarem a MIM, apenas a MIM, nesse malfadado dia.
E a MINHA vontade tornou-se LEI do mesmo modo que um dia cinco pães se transformaram em milhares de pães...
Digam lá que não estavam cheios(as) de saudades!!!
Pois é, importa pois determinar o tema desta segunda-feira, oremos senhor...
E como não podia deixar de ser, há coisas que se impõem, o tema é político.
Estamos em vésperas de eleições e temos tantos candidatos e tão bons que gostaríamos de poder votar em todos, mas parece que não pudemos. Tá mal, muito mal, pois com tão grande enriquecimento humano na política todos nós, portugueses e portuguesas, deveríamos em catadupa demonstrar a nossa satisfação votando múltiplas vezes.
É bom assim quando os candidatos são tudo caras novas, pessoas que nunca nos governaram, cujo passado é totalmente impoluto.
Se não fosse PORTUGUESA, iria seguramente pedir esta nacionalidade, ou melhor dizendo, comprar esta nacionalidade.
E depois os fait divers também são inesquecíveis.
É aquela que não come cerejas sem que a empregada lhes tire o caroço. Houve muita polémica sobre esta questão. A MIM parece-ME que ela faz bem pois os caroços são muito indigestos. A moça é jovem, deve ter tido uma alimentação muito fraquinha e o estômago não é bom. A rapariga também não quer (e é que nem pode, pois ela é uma star) andar o dia todo a arrotar aos caroços. A população portuguesa é muito boa, é verdade, basta ouvir os estrangeiros, é tudo gente boa, muito hospitaleira, e tudo, mas quando lhe dá pr’a inveja. Onde é que já se viu quererem que a jovem ande pr’aí agarrada à barriga, cheia de dores. Nã senhora, ó patrocínio, nã comas os caroços, que EU tô contigo!!! (e se puderes dispensar a empregada... hum... ah, não dá que é ela quem te veste... pois, pois... andares nua?!? claro, parece mal e nem estás habituada. e no Inverno é tramado, pois!!)
É a outra toda chorosa porque lhe acabaram com o programa, e ai que já não há liberdade de expressão, voltou a ditadura e coisa e tal. Que disparate!!! A senhora já passou da idade, as operações correram-lhe mal, foi tudo um motivo estético... o quê?? não tô a ouvir... as operações já são muito antigas? e já passou da idade há muito??? vocês não percebem nada, são tão mal intencionados. O grande administrador, cheio de trabalho, só na semana passada é que foi ao oculista e quando viu o jornal nacional não queria acreditar, é que ele até então só ouvia e isso era outra coisa... A senhora é que tem a mania da perseguição, ela era a mais feia e a mais velha jornalista a passar o noticiário e isso causava um fosso entre esse jornal e os outros e, como o grande administrador disse, estava na altura de uniformizar os jornais nacionais!!! Não se trata de falta de liberdade de expressão, antes sim de nivelar pelo bom gosto! E depois tudo o que é parolo veio em defesa da senhora, como se ela fosse o símbolo da liberdade, era o que mais faltava, qualquer intelectual que se preze sabe perfeitamente que a liberdade é fashion e não “brega”, come sushi e não feijoada e gosta do “Expresso” e, vá lá, às vezes do “Público”, mas jamais do Jornal Nacional da TVI.
EU cá sugiro que a patrocínio vá pr’o jornal nacional, uniformiza muito mais as vistas!!!
E com esta ME VOU sabendo bem que vocês se... que vocês ME ADORAM...
Beijinhos e até para a semana.

domingo, 6 de setembro de 2009

O REGRESSO DA SOLARENGA

É ELA... Só pode ser ELA...

Uma silhueta destaca-se das sombras...

Irradia LUZ...

VEM aí a SEGUNDA TEMPORADA da SOLARENGA!

Falta UM DIA...

EM DEFESA DO PRODUTO NACIONAL






São morenos são giros e são portugueses....

Porque, por vezes, o que é nacional também é BOM....

sábado, 5 de setembro de 2009

O REGRESSO DA SOLARENGA

Lá longe vislumbra-se algo verdadeiramente RADIOSO...

Pelos Deuses, é a SOLARENGA!!!!


Cada dia mais próxima...


Faltam DOIS DIAS....

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Vinil



Era um single de vinil, a capa a desfazer-se. Até ontem nem sabia quem cantava o destino de Pearl. As letras já não se conheciam. A foto estava desbotada, fantasmagórica. Ontem, por acaso, voltei a encontrar Pearl e recordei aquelas tardes de chuva a ouvir discos de vinil.

O REGRESSO DA SOLARENGA

A série mais premiada desde sempre está de volta.


Novos conteúdos, humor acutilante.


Não percam a SEGUNDA TEMPORADA da SOLARENGA!!!!


Faltam TRÊS DIAS…

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

O REGRESSO DA SOLARENGA

Não percam o regresso da SOLARENGA!


Estejam atentos!!!


ELA surgirá num qualquer computador perto de si.


Faltam QUATRO DIAS....

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

O REGRESSO DA SOLARENGA

Vem aí a SEGUNDA TEMPORADA da SOLARENGA!!!!

Novos episódios com temas QUENTES!!!

Faltam CINCO DIAS….

sábado, 29 de agosto de 2009

desencontros e os encontros


a propósito de quase nada, ou talvez das épocas dos casórios e dos des-casórios, lembrei-me de um poema profético lido, há uns bons 12 anos, numa livraria do chiado, numa tarde de encontros pós-estivais:

«João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história.»

quadrilha, carlos drumond de andrade

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Gosto das férias, porra!


Prontos! Acabou e agora tenho de me começar a portar bem e a ser uma senhora responsável. Já nem posso dizer prontos; tenho de apurar a língua e dizer com um ar sério: "Pronto, acabou."

OK, sobre as férias...


Tenho alturas em que gosto de fazer muitas coisas nas férias.

Aproveitar para conhecer novos países, cultura e pessoas. Mochila às costas, bilhete de avião numa mão, Lonely Planet na outra e um mês de aventura pela frente (boa Mosca!). É bom estar num local e não fazer a menor ideia do que está para norte, sul, este e oeste. Sentimos aquele frio no estomâgo do desconhecido e vamos vivendo aquilo que o acaso nos traz ao regaço. Um nativo ou outro passeante com quem se toma uma cerveja fresca, se discute a cultura e hábitos locais , ao mesmo que pensamos "porra para a mesquita, catedral, sinagoga, ou lá o que é... vou mas é ficar aqui ao fresco a ver o mundo passar."


As férias também servem para apurar os nossos conhecimentos. Especialmente em áreas de perfeita inutilidade, mas de grande conteúdo lúdico. Assim como, deixa cá ver, aprender a mergulhar, fazer surf ou mesmo macramé... O chato é quando a actividade lúdica exige demais de nós... nada de grande esforço, físico ou psíquico, por favor!


Noutras alturas, como a presente, o bom é mesmo tentar nada fazer... as férias serem uma espécie de hibernação do corpo e da mente. Sei que seria mais popular e politicamente correcto dizer-vos que aproveitei as féria para fazer coisas muito interessantes. Mas, tenho a confessar, não foi o caso e que estou muito feliz com isso. Tirando a parte de ter as obrigações decorrentes de tomar conta da cria (o que já de si enche umas férias...), bom mesmo foi não ter de pensar muito no que ia fazer a seguir, nem em que roupa vestir, comer quando e o que me apetecia, ir ao café com os meus chinelos que de tão usados ficaram presos ao pé, ler quando possível as revistas do coração e ficar a saber a vida privada de pessoas que nem sei quem são (tão fastidiante quanto absorvente). Dormir, ir à praia, uns banhos de mar, estar com os amigos... estar, ser, deixar-me levar pelos dias. Foi bom!

sábado, 22 de agosto de 2009

Férias abençoadas






As férias cansam demasiado, essa é que é a inquestionável verdade.

Acordar às 8h para não perder o pequeno almoço no hotel.

Arrumar a toalha à pressa- sem tempo para sacudir a areia, e fugir do alcance de visão dos três filhos, que teimam em gritar, lambusar-se com gelados e pôr areia no saco onde se ocultaram as sandes que sobraram do pequeno almoço... e do pai dos respectivos, que não consegue entender a necessidade de tal luxo- para não faltar á massagem relaxante marcada para as 11h...

Engolir de um trago o chá de camomila servido após a massagem, para não perder o almoço, servido religiosamente ás 12h e 30m....

Fazer a sesta com os miudos das 14h às 16h...

Correr, ás 17h, depois de lhes dar o lanche, para a piscina, e conseguir, estoicamente, que permaneçam fora de àgua, até fazerem a digestão...

Correr, ás 19h para lhes dar banho e conseguir estar pronta ás 20h quando o jantar é servido...

Respeitar religiosamente a hora de deitar, ás 22h, para que todos estejam despertos no dia seguinte ás 08h, no pequeno almoço.....

Foram assim as férias, relaxantes, da Maria Luisa, sob o olhar atento e reservado do marido, quase sempre colocado no jornal, nas bifanas... ou nas mamas da miuda loira que teimou estender, todos os dias, a toalha ao lado da sua, por mero acaso, talvez por ser o unico espaço que, vá se lá saber porquê, permanecia livre na praia apinhada de gente, quando chegava.

No último domingo de Agosto, Maria Luisa estava exausta, quando chegou a casa.

Trancou-se no quarto, indiferente aos choros dos filhos e aos gritos do marido, suplicando para que abrisse a porta e viesse dar banho ao mais pequeno.

Maria Luisa, descalçou as havaianas, deitou-se sobre a cama e ligou a televisão na ansia de se alhear do seu mundo e das férias que a estavam a enlouquecer.

Na televisão, sem som, ainda conseguiu ver o sorriso do Diogo Infante, e a camisa preta que fazia adivinhar um tronco perfeito...sobre um rabo e uns abdominais delineados e firmes....

Depois, fechou os olhos e adormeceu...Afinal ainda estava de férias... nem que fosse por uma noite, talvez tivesse o direito de descansar... e sonhar....

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Alice, o Gato e o Magalhães

- Gatinho de Cheshire (...) Podias fazer o favor de me dizer para onde devo ir a partir de agora? - Disse Alice. O Magalhães pendia-lhe da mão numa mancha azul, que destoava das cores da floresta.
- Isso depende muito de para onde é que queres ir - disse o Gato.
- Não me importa muito onde...-respondeu Alice
- Então também não importa por onde vás - disse o Gato.
- ...desde que chegue a algum lado com o meu Magalhães - explicou Alice.
- Oh, com certeza que chegas - disse o Gato - se andares o suficiente.
(...) - Que tipo de pessoas é que aqui vivem?
- Nesta direcção - informou o Gato, apontando com a mão esquerda, vive o Chapeleiro Sócrates. E naquela direcção (apontando com a mão direita) - mora a Lebre Manuela. Podes visitar aquele que quiseres, são ambos loucos.
- Mas eu não quero andar com gente louca - protestou Alice.- Oh, não há nada a fazer - disse o Gato - Aqui somos todos loucos. Eu sou doido e tu também.
- Como é que sabes que sou doida? - Perguntou Alice.
- Deves ser - respondeu o Gato - senão não tinhas cá vindo parar e não tinhas um Magalhães.
(quase tudo escrito por Lewis Carrol n' As Aventuras de Alice no País das Maravilhas)

Enquanto não chega o filme de Tim Burton, ficamos com o original sempre actual.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

O tigre e a liberdade

"Tenho um candelabro aqui, por cima da minha cabeça, no meu escritório, e depois tenho mais dois no meu apartamento no Raj Mahal Phase Two. Um na sala de visitas, e outro mais pequeno na casa de banho. Deve ser a única casa de banho de Bangalore com um candelabro! (...)Fico feliz sempre que vejo um candelabro. Porque não, sou um homem livre, posso comprar quantos candelabros me apetecer.(...) Não compreendo porque razão as pessoas não estão sempre a comprar candelabros e a pendurá-los em todo o lado. As pessoas livres não reconhecem o valor da liberdade, o problema é esse"-O Tigre Branco, Aravind Adiga

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Garras





Personalidade e características do signo

Se alguns sofrem de complexo de inferioridade este sofre de complexo de superioridade, gosta de dominar com o chicote na mão, se ele pudesse escolher seria um actor ou actriz, desses que ganham Oscar e tudo. Podem ser chamados de egoístas por quererem tanto ser mais si mesmos, mas também gostam de proteger quando se sentem seguros (isso acontece muito rápido, basta alguém entregar as chaves do seu coração, abrir as portas da sua consciência e abrir mão de si mesmo, fácil não é? Isso tudo vem depois de uns 10 anos, rápido mesmo!), é vaidoso e não suporta críticas.
Quer magoar um leonino e quase ser devorado vivo por ele? Basta não prestar atenção em nenhuma das suas histórias e depois dizer - "Desculpa, nem ouvi o que estavas a dizer". Leão pode ser um signo que se apresenta de uma maneira diferente em diferentes pessoas, existem leoninos dominadores que adoram proteger e outros que querem os "holofotes" só para si, estar sobre o signo de leão deve ser algo muito complicado, o génio dessas pessoas é muito, muito forte, mas quando você fizer parte do show dessas pessoas nunca mais vai querer deixar de estar lá ao lado delas, são pessoas intensas como a intensidade tem que ser.

Este signo numa frase: "Tudo o que tenho me ama"


O melhor e o pior...

Gasta 99% do tempo a pensar em si. Vaidoso, egocêntrico, "superior". Insuportavelmente "superior". Acha sempre que pode impor-se facilmente. Não pode! Quer ser o maior, o melhor, o mais poderoso. Nem sempre o é! Apega-se a mitos e a ideais. Às vezes, é o seu próprio mito. Rígido na maneira de pensar. Dado à filosofia e a filosofices.

Leal e honesto, sem dúvida. Mas faz questão de dizer tudo isso. "Sou honesto", "Sou fiel". E põe a pata e diz: "Seja fiel!" Nem sempre consegue ajustar-se à realidade. Odeia limitações. Não suporta lidar com as banalidades do dia a dia. Quer ter sempre unanimidade. Em tudo.

Evita sentimentos duvidosos. Não suporta ser rejeitado. Apesar de tudo, é romântico e generoso. Dá sempre a impressão de que esta apaixonado pelo amor e não pelo parceiro.



Pois é ... somos assim.... que havemos de fazer... Barack Obama, que celebrou ontem, dia 4, mais um aniversário, a nossa Soprónia, que apagou hoje as velas, entre familiares e amigos... et moi memme a dois dias de o fazer...

terça-feira, 21 de julho de 2009

sexta-feira, 17 de julho de 2009

domingo, 12 de julho de 2009

Frases...

Num cartaz bem feito, daqueles que ao menos fariam o povo sorrir, não leriamos a frase tola e insípida "nunca baixamos os braços". Remete para momentos deprimentes, passados em autocarros cheios no pino do verão, com sovacos à mostra. Ou para um sequestro colectivo, em que o bandido nos aponta uma arma e não temos outro remédio senão levantar os braços...

Não, para mim, e já que a estratégia de marketing do PSD é a analogia da acção política com movimentos corporais, a grande frase seria "NUNCA NOS AGACHAMOS", em maiúsculas! Com cartazes destes, sim, a maioria absoluta estava no papo!

sábado, 11 de julho de 2009

Amores que não cumprimos....


As mais belas histórias de amor são as que resistem à previsibilidade e à rotina. Muitas ficam, por razões várias, retidas apenas no coração dos seus intervenientes, sem palavras, sem declarações, sem passado nem futuro...

Os medos vários, as diferenças, as incertezas, as inseguranças, ou apenas o medo de estragar o que nos parece demasiado importante para ser morto lentamente, paralisam, muitas vezes sentimentos que convivem em paralelo com as nossas vidas, sem se deixarem abalar por elas...

Só o correr dos anos nos mostra a verdade dessas histórias .... e a importancia desses sentimentos...
são romances que não o chegam a ser... mas que persistem nos corações e nas memórias para além dos que o foram ....

Está demasiado sol e o seu brilho reflete-se na água azul que serena a minha tarde de sábado. Uma tarde em que mergulho na inspiração alheia para colmatar a que o calor e o cansaço não me têm dado...

Na ficção, como tantas e tantas vezes na realidade, há histórias de amor que apenas intuimos... gestos, partilhas, cumplicidades, olhares, presenças... quase romances...

Quando o Outono chegar talves vos conte algumas dessas histórias reais ( ou não )... hoje fico-me pela ficção, alheia...


« Através da janela do quarto, percebi que a tarde estava a acabar e que as luzes da cidade se iam acendendo. Lá de fora vinha o ruído do transito ao fim do dia, um ruido de gente e automóveis apressados, gente que queria voltar para casa, onde estavam os que amavam ou os que se tinham habituado a amar, sem fazer demasiadas perguntas nem exigir nada mais do que esse amor tranquilo de todos os dias. É verdade que nunca quis ou nunca vivi para querer isso para mim. Queria mais, vê tu! Queria viver no limite todos o dias queria que as coisas estivessem sempre a correr. Conhecer novas pessoas todo o tempo, sair, ir a discotecas todos os dias, sentir que podia seduzir todos à minha volta e brincar com isso. Mas agora, agora que a noite chegou e fiquei sózinha, agora que te foste embora para a tua vida, agora que sei que também tu voltaste para uma casa onde tens alguém à tua espera, alguém que te ama, alguém que te dá paz, também a mim, de repente, me apetecia poder ir para casa e ter á minha espera alguém que me amasse. Não, não estou a dizer que queria que fosses tu. Não estou a dizer isso, estou a falar de alguém. Alguém sem nome.
Queria só dar um sentido á nossa viagem, Já sei, já sei que nada dura para sempre - só as montanhas e os rios, meu sábio. Mas o que fomos nós um para o outro: apenas companheiros ocasionais de viagem? Com o tempo contado, com tudo préviamente estabelecido e com prazo de validade previsto à partida? Foi só isso o nosso encontro? Não ficou mais nada lá atrás, não deixámos nada de nós os dois no deserto que atravessámos? »

in « No teu deserto - quase romance », Miguel Sousa Tavares

quinta-feira, 2 de julho de 2009

pina e fellini

de que cor e forma eram eles? qual a cor e a forma da admiração? qual a cor da dor e da perda? qual a cor e a forma da paixão?
memórias de pequenas epifanias numa família suburbana: uma casa tipo vivenda de uma família suburbana nos idos 80. a família entretida a ver na sala da família uma novela brasileira. a criança bicho-do-mato reclusa na cozinha a ver o 2º canal da 2ª televisão da família suburbana. no quadrado uma companhia de bailado: mulheres de cabelos soltos e vestidos fluídos, homens de calças de fato e tronco nú dançam com cadeiras, alguns passam no palco de patins..pequena epifanias da cozinha!

quarta-feira, 1 de julho de 2009

A morte dos artistas

Agora com parte das bloguistas reinstaladas em aposentos dignos mas frios chegam-nos as notícias da morte de dois grandes artistas.

Pina Bausch que eu nunca consegui ver ao vivo, apesar dos seus vários espectáculos em Lisboa.


Michael Jackson cujas músicas todos cantámos e dançámos. But the kid is not my son...




Para quem quiser ver a versão "nega maluca" do Caetano Veloso:
http://www.youtube.com/watch?v=j7-Dw2Mw9Pc

Posto ainda a notícia fantástica da miúda de 14 anos que sobreviveu à queda do avião nas Ilhas Comorres. Palavras do pai: "Ela é muito quietinha e mal sabia nadar. Nunca pensei que pudesse escapar assim". É preciso ser uma artista!

quinta-feira, 25 de junho de 2009

domingo, 21 de junho de 2009

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Época balnear

As adversas e insuportáveis condições metereológicas que atravessamos neste momento exigem que sejam tomadas medidas drásticas urgentes.

Com este calor infernal que não se atura, para não fritarmos definitivamente e sem querer tolher a vossa liberdade de expressão, caras co-bloggers, sugiro uma pausa na discussão das grandes causas e vastas intelectualidades que assolam a humanidade.

Por uns míseros dias, enquanto suamos em bica e tentamos não desfalecer e sucumbir à temperatura, postemos meras inutilidades. Deixemos os (ou o no meu caso, pois penso que já só terei um!) neurónios repousar...

quarta-feira, 17 de junho de 2009

terça-feira, 16 de junho de 2009

Gimme gimme gimme a man!

Punk, arco-iris e... etcetra e tal

Aqui fica a versãozinha, para os pseudo- machos, que gostam de manter as aparências


de avintes, com o alto patrocínio da lesma!

domingo, 14 de junho de 2009

O BEIJO DOS GAYS É UMA QUECA?



Olá meus muito ensolarados fãs, tenham cuidadinho com o Sol pois muito Sol esturrica o cérebro e quem já é frágil... pois... adiante...
Pois esta semana sinto-ME inundada de AMOR. Num primeiro momento, assim, numa pequena fracção de segundos, pensei, reflecti, meditei, será que tudo isto que sinto não é sexo? Mas não, fui ver e era AMOR. Aquela sensação melada da cabeça aos pés de ternura pela humanidade, estão a ver? Ah não... pois é, na realidade, também achei incompreensível, mas depois aceitei.
E é amor e não sexo porque tenho dificuldade em fazer sexo com a humanidade. Já tentei, confesso, mas aquilo era mesmo muita gente e não consegui. O máximo que já consegui foi com treze pessoas, enfim, com doze, porque a décima terceira era EU. Estávamos à mesa, um jantar, tudo mulheres, chamámos àquilo a última ceia, não porque alguém fosse morrer ou assim, mas porque uma delas ia para longe, acho que para Madrid, e então, pronto, porque não festejar num bacanal. Arranjamos bué de vinho e comida e bacanas já nós éramos. É claro que muito vinho e muita comida dá para o torto e de repente aquilo era um ver se te avias, e ai de quem não se aviasse. Não ME posso queixar, gostei, pois gostei, apesar dos dildos serem rosas e dos cunnilingus serem todos muito diferentes uns dos outros. Fiquei com vontade de fazer um cunnilingus em cima de um carro parado, para começar, e depois em cima de um carro a andar, mas ninguém quis alinhar. A parte pior foi quando uma das moças que era homófila, isto é, tinha problemas hemofílicos e homofóbicos, despertou da bebedeira. Aquilo foi um berreiro até alguém lhe atirar com um alguidar de água, pois a garina só dizia “cunnilingus nunca mais, queremos fellatio”. Depois do banho indesejado, continuou a repetir a mesma frase mas em tom menos sonoro. Então, uma gaja, já farta de tanta paneleirice, disse-lhe “ó pá vai bugiar”, mas o resto do pessoal achou aquilo indelicado e gerou-se uma grande confusão e, como é bom de ver, acabou tudo em pancadaria.
Apesar dos meus queixos terem sofrido um bocadinho foi uma noite memorável. Soube, porque ME contaram, apenas porque ME contaram, pois EU nem queria saber, que a tal garina depois de tanta agitação ficou fã do cunnilingus, acho que só queria aquilo, cunnilingus para a frente, cunnilingus para trás, claro que devido àquela doença bipolar de que padecia, a hemofilia e a homofobia, apenas conseguia fazê-lo dentro dos armários. O problema maior que teve foi quando arranjou uma namorada alemã... pois é, a gaja não cabia no armário. A gaja tentou convencer a garina a fazê-lo noutro sítio, sei lá, dentro de um carro, no interior de uma igreja, até no meio de um comício dos Verdes, pois aquilo é tudo natureza, mas não teve qualquer sucesso, pois a garina era uma tipa cheia de convicções e disse NÃO NÃO NÃO e a alemã percebeu que estava tudo acabado entre elas. Parece que se perdeu ali um grande amor, mas também o amor é o que mais há, se se perder um logo se arranja outro.
Mas não foi o que aconteceu com a garina. Parece que ainda hoje chora de saudades da alemã que, em desespero de causa, tornou-se regente de uma cadeira de masturbação feliz (pois também as há infelizes, sim senhor) na universidade do Sri Lanka. É verdade que quem não come com cão come com gato (ou será caça?!).
Mas se a história da alemã é uma história feliz, o mesmo não se pode dizer da história da garina. A infelicidade era sem sucesso camuflada por cunnilingus em série com criaturas cujo nome nem chegava a conhecer. Até que um dia, há sempre um dia para fazer a história com H grande avançar, o cunnulingus correu mal, houve muito avidez e... e... e... e a garina ficou a sangrar. Dentro do armário e a sangrar. A outra, uma coreana de dentes grandes, teimava em levá-la para o hospital, pois aquela treta do sangue não parava, esguichava por todo o lado. A garina ali estava, a esvair-se em sangue e a teimar em morrer, pois o que fazia na privacidade do seu armário não tinha de ser trazido para as camas do Hospital. Até que a coreana teve aquilo a que ainda hoje se chama uma ideia genial. Convenceu-a a dizer que estava a cortar os pelos púbicos quando o incidente se deu. A garina achou a ideia razoável e aceitou. E assim com esta história na gaveta lá foi ela ser salva para o Hospital. Depois de recuperada, a coreana ainda teve cerca de duas dúzias de discussões com a garina até que desistiu. Não havia nada a fazer. Ser homófilo é mesmo bera, pois pode causar a morte.
Mas se a hemofilia existe com grande incidência na Europa Ocidental, o mesmo não acontece com a homofobia, que, para além da raridade da garina, foi totalmente erradicada quer da Europa Ocidental quer de todo o Continente Americano (ouviu-se falar de um caso no Brasil, mas não está confirmado).
É claro que as leis não são idênticas para os gays e straights, mas também não têm nada de ser, pois se os gays não procriam porque carga de água querem o matrimónio. Basta-lhes o sexo, claro que dentro de casa, pois os straights também não andam para aí a copular à frente de toda a gente, não senhor. E já agora, senhores e senhoras gays, agradecemos que não andem para aí a dizer a toda a gente com quem é que fazem sexo, pois os straights também não o dizem, e muito bem, já que essa coisa do sexo é privado. Estão a ouvir, PRIVADO!!!! Os cunnilingus, os fellatios, as cópulas anais ou vaginais, são intimidades que se devem manter assim. Mas que MERDA é essa de quererem transformar o sexo num espectáculo público?!!!
Será que não percebem que sendo a diferença entre gays e straights apenas sexual e sendo o sexo privado não há porque motivo armarem-se em galinhas histéricas e fazerem movimentos públicos!!!!
Seus egocêntricos mediáticos vão mas é para casa dar boas quecas, está bem!!!
Porém, algumas dúvidas perpassam-ME no cérebro. Será que um basiu (mas de língua) deverá ser dado no cantinho do lar ou já pode ser pespegado à luz do dia? E um abraço? E o caminhar de mãos dadas? Será que tudo isto é já sexo? Ou ainda não? E os gays podem beijar-se fora de casa? O beijo dos gays é uma queca? E a moralidade do cunnilingus é idêntica em francês e em árabe? Em inglês e em africâner? E qual é a melhor língua para o cunnilingus?
Importante sim é retermos a mensagem do Senhor, transmitida através dos seres imbuídos em hóstia e vinho de Jesus Cristo (boa casta).
Afirmou o nosso glorioso PAPA que “A homossexualidade é um mal moral que deve ser tratado em vez de ser aceite. Os homossexuais não fazem parte dos planos de Deus”.
Mas EU sei que este discurso é só para aqueles que não sabem ser discretos, porque para os outros está reservado o Reino dos Céus, e até, com um pouco de sorte, um bom lugar no Vaticano.
Boa noite... e boa sorte.


« Estórias » e desejos na Lisboa do século XXI




Era uma vez...

No meu tempo todas as grandes histórias começavam assim, talvez para que não tivessemos duvidas de que o que se seguia era de facto uma grande história, daquelas, com principio, meio, fim, e um ensinamento.´

Nessas histórias, por norma, os bons e os maus eram fácilmente identificados e todas as princesas encontravam um principe que as conduzia à felicidade eterna.... quase sempre no preciso momento em que a história deveria começar... casaram... e foram felizes para sempre.

Nelas todas as mulheres procuravam um homem, um amor incondicional, um casamento como unico caminho para uma felicidade certa e inquestionável.

Aprendemos a adormecer e sonhar com essas histórias, que preenchiam, na infancia, os nossos sonhos de fitas e folhos cor de rosa, de sorrisos e de suaves beijos.

A Sandra Vanessa cresceu no Norte a devorar os livros com histórias de principes e a sonhar que um dia também ela encontraria o seu.... imagináva-o com 1,85m, forte cabelo negro, um cargo de chefia, um BMW, Loft em Alcantara, solteiro , simpático e disponível....

A Sandra Vanessa ainda acreditava, aos 30 anos, no Pai Natal, que o D. Sebastião voltaria e que encontraria algures o seu amor, a quem já chamava « O mais desejadinho ».

Sandra Vanessa deixou o Norte num dia de chuva e veio instalar-se num estudio, numas águas furtadas da Rua Damasceno Monteiro, com vista para a Graça e de onde podia, se se debruçasse ver, ás terças e sábados, o frenezim que se instalava na Voz do Operário em direcção à Feira da Ladra.

Sandra Vanessa dormia, todas as noites aconchegada pelo edredão de plumas sintéticas e pelo ursinho cor de rosa que lhe saira na máquina do café do Sr. Joaquim, em noite de Romaria da Sra. dos Remédios.

Perdia as noites a sonhar, á janela, e os dias a responder aos pedidos, sempre urgentes, do Dr. Silveira, o director da financeira, que secretariava.

Cinco anos volvidos, Sandra Vanessa tinha já esgotado todas as possibilidades.

Saira durante um mês com um tipo girissimo, que conhecera no Lux, e que depois a apresentou ao namorado, alto, espadaúdo e com relógio JAGGER.

Experimentara, durante alguns meses, a companhia de um homem mais velho, simpático e aparentemente apaixonado, tolerando a barriga e o mau hálito, que se tornaram depois insuportáveis.

Sujeitou-se estoicamente à boca de pato, fina e pegajosa, e aos beijos repenicados do colega de óculos e fato cinzento, que durante meses teimou apresentá-la à mãezinha, e que conseguiu fintar, trocando-lhe as voltas, numa noite quando jantavam no Eleven.

Suportou o ressonar roncado do PT que conhecera no ginásio, e que acusava à noite o cansaço instalado pelo excesso de abdominais.

Depois de alguns meses de jejum sabático, e de descanso reconfortante e merecido, Sandra Vanessa, recusou o aumento de salário e a proposta de promoção e resolveu voltar para a sua terra natal.

Em Lisboa nunca mais ninguém soube ao certo o que lhe aconteceu....

Há quem diga que aceitou o pedido de casamento de um primo afastado, com 1,60m, de poucas falas, e desempenho sexual irrepreensível....

Outros garantem que professou...

Outros ainda que abraçou a causa gay e dirige, com a companheira, o novo MELGA – Movimento de Esquerda Lesbico e Gay de Avintes.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Um sorriso .... para os amigos ... e para os leitores numa tarde de ócio




Para todos os que já se interrogaram e perguntaram para os seus botões « What Happenned to Belinha ? » respondo hoje com um « Presente! Estou viva e recomendo-me !»

Agradeço reconhecidamente as mensagens, os telefonemas... as abordagens na rua.. « Volta, Volta Belinha »... e dedico a todos com amizade e gratidão o meu melhor sorriso e a voz doce da Lisa, uma moça que me foi apresentada, há alguns anos e que desde então oiço e admiro, porque qualidade e simplicidade rimam muitas vezes.


a despropósito, ou talvez não, considerando os ventos de direita que assolam a europa!

Alívio

Se calhar, ando a ler muitos jornais.
Provavelmente, ainda não reduzi tanto nos comentadores como prometi que faria.
Às tantas, já estou envenenada pela propaganda.
Eventualmente, não sou suficientemente livre.
Às vezes, sabe tão bem descobrir que estava enganada.

As exéquias previstas para hoje não se realizaram: a morta não morreu.

domingo, 7 de junho de 2009

A VELHA DAS BONECAS


Compatriotas e amigos aqui nos encontramos uma vez mais neste dia patriótico. A pátria é sempre o mais importante quando se vota nas europeias, por causa da língua escolhida no boletim de voto. Seria difícil votar se o boletim fosse em alemão, sueco ou dinamarquês. Aqueles que conhecem os logótipos dos partidos ainda eram capazes de se safar. Mas coitadinhos dos mais distraídos. E daqueles que têm problemas em fixar desenhos. Iam para ali à espera do P.S. (Partido Socialista) ou da C.D.U (Coligação Democrática Unitária) e aparecia-lhes o SCD ou o PUT. Felizmente que o cidadão europeu vota na sua língua. Assim nada há a temer e cada nação elege conscientemente os seus líderes nacionais.
É importante frisar que os eleitos são pessoas especiais. Existe o marasmo acinzentado de votantes, todos saídos de duas ou três fábricas, em filinha indiana, sorry, portuguesa, e os outros, aqueles cujo rosto conhecemos por fazerem parte da estirpe selecta. São os iluminados. Foram à escola, e, com maior ou menor dificuldade, lá conseguiram o canudo. Hoje são todos doutores. Mas doutores também há muitos. Estes são os doutores sabedores. É impressionante porque todos eles sem excepção conseguem, assim, de um momento para o outro, ser os melhores de uma qualquer área. Tanto são os líderes da agricultura, da pescaria e da medicina, como da matemática, da arquitectura e das finanças (esta é, aliás, a área onde todos eles demonstram geniais capacidades). Basta ouvi-los falar para não nos restar qualquer dúvida sobre a enorme craveira intelectual que possuem e sentirmo-nos pequeninos, tão pequeninos, quase miseráveis e, então, quando levamos a mão mirrada e suja ao porta-moedas confirmamos a nossa pequenez.
Quem é Bom é Bom e merece a Riqueza, a Fama e a Glória. Nem mais!!!
Vejam o Berlusconi. Que maravilhoso exemplar político!
E depois desta entusiástica achega ao dia nacional do europeu, passemos ao nosso tema da semana.
Hoje conto-vos uma história. As histórias são sempre coisas boas porque distraem e enquanto se anda distraído não se rumina na doença, na velhice e na morte.
Eis a história...
A velha cuspia na rua e dizia felpudos palavrões. a vida correra-lhe mal. mas ela não pensava nisso.
pregava o seu olhar azedo na cara dos transeuntes mais bem vestidos e, paulatinamente, com uma perícia de artesã, ajeitava a mira até lançar o cuspo com furor a roçar a roupa sofisticada do visado. a vítima indignada procurava advertir a velha, mas ela tergiversara e ninguém conseguia captar-lhe a atenção. vivia de esmolas e de restos de comida que lhe davam. às vezes, à noite, vasculhava no lixo pequenas relíquias. coleccionava bonecas e preferia as mutiladas. as bonecas eram o seu luxuoso afecto. tinha as suas eleitas, a quem era concedido o privilégio de aceder à sua cama. pressentia o ciúme das outras, das preteridas, mas não pensava nisso.
Também ela sofrera na pele o livro arbítrio da lei dos afectos que se esquecera de a contemplar, por isso vivia sem culpa a injustiça das preferências. ao longo dos últimos anos recolhera mais de duzentas bonecas. porém, numa noite estrelada, sem presságios nem mau-olhado, deu por si a acordar de um sonho transpirado e soturno. as duas centenas de bonecas mutiladas que recolhera do frio e do abandono, cegas de ciúme, em compasso militar, aproximaram-se da cama onde ela e mais dez bonecas dormiam um sono repousante. aí chegadas, invadiram a cama, e possuídas de um poder maligno, pelos buracos dos olhos vazios e das bocas esventradas sugaram as carnes ressequidas da velha, que rapidamente se tornou num agrupamento de ossos descarnados. enlouquecida pelo pesadelo, a velha escorraçou todas as bonecas do seu convívio. embrulhadas em lençóis velhos, foram expulsas. nem as favoritas ficaram. e assim a velha voltou a dormir e não pensou mais nisso.
Mas as noites, sem as bonecas, ficaram ainda mais silenciosas e tristes. e de dia, a raiva tornara-se mais intensa e as suas ousadias mais sofisticadas. deixara de roçar as cuspidelas. agora fazia pontaria ao alvo. e tossia em cima das caras das senhoras de sociedade, equilibristas dos saltos finíssimos das sandálias desconfortáveis, que se curvavam para lhe dar uma moeda. e peidava-se com prazer no meio do grupo de engravatados de fato, agrupadinhos em redor do chefe. às vezes era insultada. já a tinham ameaçado com a polícia. mas ela achara graça e não pensava nisso.
Odiava animais como odiava gente. alguns cães vadios tentaram fazer amizade, mas ela enxotou-os com ódio. os cães, sobretudo os cães, faziam-lhe lembrar a pieguice das velhas beatas sempre tão piedosamente preocupadas em ajudar os desalentados em troca de uma assoalhada no céu. isto para não falar das crianças, miniaturas de gente, espalhafatosas criaturas que em momentos de intrépida insanidade atreviam-se a tocar em suas rotas vestes. quando tal destempero acontecia, a sua atarracada carcaça metamorfoseava-se em gigante das montanhas e num grunhido infernal agarrava com toda a sua força aquele esquelético ser e sacudia-o até que a histérica e desocupada da sua mãe implorasse pela devolução intacta do minúsculo estafermo. desesperadas, as mães rogavam-lhe hediondas pragas. mas ela afastava-se sem qualquer temor e não pensava nisso.
Um dia começou a escarrar sangue e logo se lembrou de como poderia passar a colorir a roupa das bondosas senhoras que se condoíam com o seu sofrimento e que, para apaziguar a culpa de viverem faustosamente, lhe davam umas miseráveis moedas. a ideia fê-la rir como não tinha memória de ter rido. só o sangue em golfadas a fez parar. ansiava pelo novo dia para poder iniciar as suas experiências. e assim adormeceu e não pensou mais nisso.

Muito boa noite e até para a semana.