segunda-feira, 27 de outubro de 2008

E não é que se passou na EXPO?- Enganos e recorrências



« Manuel das Cebolas »

Deu-se perto de Beirolas
Um grande acontecimento
O tio Manuel das cebolas
Estreou umas cerolas
No dia do casamento

Nunca vira tal coisinha
E á mesa num repente
Disse p’ra sua queridinha
Vou fazer uma coisinha
Que ninguém faz pela gente

E já um tanto borracho
O tio Manuel das cebolas
Mesmo à beira do riacho
Deitou as calças abaixo
Sem se lembrar das cerolas

Já farto de se esforçar
Olhou para trás então
Ficou muito admirado
Pois já tinha despejado
E não viu nada no chão

A noiva por sua vez
Foi procurá-lo também
Esta teima que ele não fez
Mas ele batendo com o pé
Diz que fez e muito bem
E lá vão a questionar
Como sempre em casos tais
Mesmo à mesa do jantar
Quando se ia para sentar
Sentiu qualquer coisa a mais

E com grande sofreguidão
Mete a mão pela calça e diz
Olhem bem para a minha mão
Vejam quem tinha razão
Vejam s’eu fiz ou não fiz

« Cancioneiro Popular »

Estes versos do cancioneiro popular fazem parte do meu imaginário de criança e associo-os sempre às tertulias familiares. Imaginava, então, Beirolas um lugar recondito, longinquo, distante da civilização...

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