quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Saudades


Estreou hoje o filme Mamma Mia e eu, depois da praia, dei comigo sentada na cadeira do cinema, sem saber explicar muito bem porquê.

Não, não vos vou dizer que sempre detestei os Abba ( para que não exijam depois que faça as pazes com eles ) e tudo o que respeita aos anos 70 - dos penteados, à moda, às musicas.... nada disso....Mas mesmo assim não sei porque o fiz.

Talves tenha sido com a esperança de que a maturidade me tenha reconciliado com muitas das coisas que a juventude não me deixou descobrir, admirar, amar.

Seja como for o certo é que passei quase duas horas a tentar. Tentei gostar da musica; tentei entender a razão pela qual a transformaram num enredo lamechas, vulgar e desconexo... tentei compreender a razão pela qual a plateia, onde se encontravam muitos jovens e crianças - sem qualquer ligação afectiva ou de memória- aplaudiu de pé, no final... E teria dado por mal empregue o dinheiro do bilhete não fora o talento da Meryl Streep, cuja jovialidade me fez vê-la e admirá-la para além da idade, que as muitas rugas não conseguem esconder, e pensar que não passaram já mais de 20 anos desde « África Minha ».

E foi então que tive saudades, não dos Abba, nem dos anos 70, mas do Redford e da Streep que nos souberam fazer viver e sentir a África de Karen Blixen, que consigo, sempre que vejo o filme, sentir também como minha.

Curiosamente, embora por razões distintas, não fui a unica a senti-las.

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