Os livros da minha vida
Ouço ao longe a fúria dos fãs: “Como ousaste faltar ao prometido. Passámos a noite de Domingo em frente a este blog, entrámos pela Segunda-Feira de madrugada e simplesmente... NADA! É um insulto, uma afronta!”
Meus caros leitores, ex-fãs, é com profundo pesar e humildade (o que para mim, têm de admitir, não é fácil) que vos peço encarecidamente desculpas. Na realidade, mesmo para pessoas como eu (EU), existem imprevistos. Tinha tudo preparado, limpara a secretária do escritório, arrumando algum atrevido papel, dera lustro aos metais, escolhera a roupa especial para a ocasião, até abrira um vinho caro (tinto, claro) para me acompanhar naquele momento divino em que a inspiração nos assola (a nós, artistas), mas... mas... não é que o pneu da minha viatura resolveu rebentar quando regressava a casa, momentos antes da hora mágica da escrita!
E, não contente com o furo, o pneu fez birra e recusou-se a sair. Mesmo martelado por vigorosos homens, coisa que sei que agradará a algumas das leitoras, (não propriamente o martelado, mas os vigorosos homens!). Quando finalmente cheguei a casa, tudo se tinha desmoronado. O vinho azedara. A roupa perdera a sua beleza. E vários papéis tinham voado para cima da minha secretária impedindo-me de ver o teclado. Já não havia condições!
Tomei, por isso, uma resolução. Para evitar mais imprevistos estou decidida a ficar em casa todos os Domingos, quieta, sentada na sala, no limbo, à espera da hora da inspiração. Não vos defraudarei de novo. Palavra de escuteira (que contrariamente àquilo que seria de esperar não é a palavra de alguém que escuta, antes sim de um exército de fardas cremes e azuis, diferenciadas pelo sexo – calções ou saias - e muito religioso).
Adiante...
A temática de hoje versa sobre, portanto, ora bem, como estão a ver, não é verdade, os livros da minha vida.
Sinto já um olho a lacrimejar perante a emoção que sinto sobre tal temática. Como certamente já terão compreendido, sou uma intelectual (ou seja, alguém com intelecto) anacrónica, daí esta minha paixão incompreensível por essa coisa bizarra cheia de páginas e com letrinhas a que se chama livro e que fomenta as alergias aos ácaros.
Porém, acompanhei a evolução das revistas literárias, que com fulgor subscrevo. Há muitos anos atrás, as revistas literárias eram obsoletas. Escreviam, sabem sobre o quê? Atrevem-se a adivinhar? Pois é, estão com medo. Mas a verdade é que, absurdamente, escreviam sobre livros. Vejam lá o disparate. LIVROS!!! Felizmente essa parvoíce acabou há alguns anos. Quem quiser conhecer a história de um livro dê-se ao trabalho de o ler, se faz favor!!! E se querem saber alguma coisa sobre o escritor, seus ignorante, vão procurar na net. Uma revista literária não é feita para vos educar, seus analfabetos preguiçosos. As revistas literárias destinam-se apenas àqueles que já leram os livros e conhecem os escritores!!! Por exemplo, um artigo sobre o famosíssimo Il Gattopardo de Giuseppe Tomasi di Lampedusa (é uma referência que fica sempre bem e mostra a minha cultura) só vale a pena se versar sobre a beleza da Itália daquela época e sobretudo sobre os locais italianos por onde o autor do texto já passou e as emoções que sentiu. Nós, leitores cultos, não queremos saber nada sobre o livro (isso seria um desperdício), apenas queremos conhecer as emoções e as experiências linguísticas daquele autor de texto, mente iluminada e sabedora como nós.
Ainda sou do tempo em que o jornal de letras conseguia ser lido por qualquer ignorante, aprendiz de escritor. Agora não. Agora é apenas para aqueles que entendem o significado da expressão onomatopeia. Não é “pra” qualquer um!!!
Ouço ao longe a fúria dos fãs: “Como ousaste faltar ao prometido. Passámos a noite de Domingo em frente a este blog, entrámos pela Segunda-Feira de madrugada e simplesmente... NADA! É um insulto, uma afronta!”
Meus caros leitores, ex-fãs, é com profundo pesar e humildade (o que para mim, têm de admitir, não é fácil) que vos peço encarecidamente desculpas. Na realidade, mesmo para pessoas como eu (EU), existem imprevistos. Tinha tudo preparado, limpara a secretária do escritório, arrumando algum atrevido papel, dera lustro aos metais, escolhera a roupa especial para a ocasião, até abrira um vinho caro (tinto, claro) para me acompanhar naquele momento divino em que a inspiração nos assola (a nós, artistas), mas... mas... não é que o pneu da minha viatura resolveu rebentar quando regressava a casa, momentos antes da hora mágica da escrita!
E, não contente com o furo, o pneu fez birra e recusou-se a sair. Mesmo martelado por vigorosos homens, coisa que sei que agradará a algumas das leitoras, (não propriamente o martelado, mas os vigorosos homens!). Quando finalmente cheguei a casa, tudo se tinha desmoronado. O vinho azedara. A roupa perdera a sua beleza. E vários papéis tinham voado para cima da minha secretária impedindo-me de ver o teclado. Já não havia condições!
Tomei, por isso, uma resolução. Para evitar mais imprevistos estou decidida a ficar em casa todos os Domingos, quieta, sentada na sala, no limbo, à espera da hora da inspiração. Não vos defraudarei de novo. Palavra de escuteira (que contrariamente àquilo que seria de esperar não é a palavra de alguém que escuta, antes sim de um exército de fardas cremes e azuis, diferenciadas pelo sexo – calções ou saias - e muito religioso).
Adiante...
A temática de hoje versa sobre, portanto, ora bem, como estão a ver, não é verdade, os livros da minha vida.
Sinto já um olho a lacrimejar perante a emoção que sinto sobre tal temática. Como certamente já terão compreendido, sou uma intelectual (ou seja, alguém com intelecto) anacrónica, daí esta minha paixão incompreensível por essa coisa bizarra cheia de páginas e com letrinhas a que se chama livro e que fomenta as alergias aos ácaros.
Porém, acompanhei a evolução das revistas literárias, que com fulgor subscrevo. Há muitos anos atrás, as revistas literárias eram obsoletas. Escreviam, sabem sobre o quê? Atrevem-se a adivinhar? Pois é, estão com medo. Mas a verdade é que, absurdamente, escreviam sobre livros. Vejam lá o disparate. LIVROS!!! Felizmente essa parvoíce acabou há alguns anos. Quem quiser conhecer a história de um livro dê-se ao trabalho de o ler, se faz favor!!! E se querem saber alguma coisa sobre o escritor, seus ignorante, vão procurar na net. Uma revista literária não é feita para vos educar, seus analfabetos preguiçosos. As revistas literárias destinam-se apenas àqueles que já leram os livros e conhecem os escritores!!! Por exemplo, um artigo sobre o famosíssimo Il Gattopardo de Giuseppe Tomasi di Lampedusa (é uma referência que fica sempre bem e mostra a minha cultura) só vale a pena se versar sobre a beleza da Itália daquela época e sobretudo sobre os locais italianos por onde o autor do texto já passou e as emoções que sentiu. Nós, leitores cultos, não queremos saber nada sobre o livro (isso seria um desperdício), apenas queremos conhecer as emoções e as experiências linguísticas daquele autor de texto, mente iluminada e sabedora como nós.
Ainda sou do tempo em que o jornal de letras conseguia ser lido por qualquer ignorante, aprendiz de escritor. Agora não. Agora é apenas para aqueles que entendem o significado da expressão onomatopeia. Não é “pra” qualquer um!!!