segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Ó Laré laré pipu, laré pipu...

É verdade que não recordamos a Heidi exactamente assim. Para ser honesta, também não é esta a imagem que guardo do avôzinho, das cabrinhas, do Pedro, da avó ceguinha (para os mais distraídos, encontra-se a descer a montanha, a alta velocidade, de cadeira de rodas, enquanto fuma o seu charro) e muito menos do cão (acho que não se ria) mas tenho pena.
Em vez dos episódios melodramáticos que, despudoradamente, nos exibiam, após os quais receávamos amargamente perder os nossos amados pais, que as nossas avózinhas cegassem ou que nos mandassem para Frankfurt para as garras da governanta Rottmayer, deviam ter-nos apresentado este elenco despreocupado e jovial. Aquelas imagens deviam ter sido censuradas por quem de direito e nunca deviam ter chegado aos nossos pequenos olhos e cérebros infantis.
Estou convencida que se tinha salvo toda uma geração de portugueses da nacional depressão (isto se, entretanto, não tivessem emitido o Marco e, a seguir, o Bana&Flappy. Não sei se se lembram, mas nesta série o avô Mocho morria a salvar os esquilos, órfãos e criados por uma gata, de um incêndio. Por muitos anos que viva nunca ultrapassarei o trauma desse episódio fatídico).
Se nada disto nos tivesse acontecido, hoje em dia éramos uns porreiros, sempre de gargalhada a sair da algibeira. Fica então, como consolo, esta imagem. Não sei se vos sucede o mesmo mas, de cada vez que a vejo, salta-me uma gargalhada da algibeira (gostei da palavra algibeira!).

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