quarta-feira, 31 de dezembro de 2008
2009: VIVA LA VIDA
Cheguei ontem do Norte com a cabeça a fervilhar de ideias ( em parte devido à febre, convenhamos ) e desejosa de as transmutar em histórias, como tanto prazer me deu fazer, nestes quase cinco meses, em que muitas vezes vos contei realidades diluídas ou ampliadas pela imaginação.
A dureza, o frio, o cinzento das paredes e das gentes do nosso Portugal profundo, interior e nortenho, misturada com a igreja a céu aberto em que se tranformam as ruas, principalmente nesta época do ano mexeu com a minha paz interior.
O Vermelho, das passadeiras estendidas nas ruas, onde os Santos que nos espreitam dos altares abertos em plenas avenidas, se rendem ao sinal da cruz feito pelas transeuntes mais devotas, em contraste com o tom igualmente vermelho das peças expostas na montra da « Langerie Rosita » incomodou-me.
A minha alegria e vivacidade naturais não suportaram tanta devoção, tanta pedra, tanta tradição... e devolveram-me mais cedo do que o programado a Lisboa.
Vim do Norte a pensar que muitas das pessoas com as quais me cruzei têm vidas muito pouco felizes, conservadoras, monotonas, cinzentas....cumpridas, ao contrário dos domingos de que nos falou a nossa mosca, há muitas pessoas que se limitam a cumprir a vida, a fazer dela aquilo que julgam ser os designios de deus, como se todos nascessemos com a mesma finalidade e nos bastasse cumpri-la para sermos felizes, sem nos questionarmos, sem necessidade de criar ou recriar os dias.
A pretexto de tais pensamentos, mais uma vez me interroguei sobre o que é a felicidade, se existe uma receita mágica para a alcançar, se existe forma de vivenciar plenamente esse conceito.
Onde, como, com quem, em que circunstancias somos mais felizes?
Cada um poderá responder de forma diferente a esta pergunta. Mais do que cumprir os designios traçados, o fado, aquilo que todos temos de cumprir no ANO NOVO que se aproxima são sobretudo os nossos designios pessoais, proprios de cada um, ainda que para tanto seja necessário quebrar barreiras, destruir preconceitos, ganhar coragem...só assim cumpriremos o caminho que cada um individualmente deve traçar para a sua felicidade.
Eu por mim vou continuar a encontrá-la na honestidade pela qual sempre me pauto, no teatro, nas compras, nos SPAS, nos jantares, nos livros, nos hobbies mais variados... e sempre, SEMPRE, NOS AFECTOS...nos amigos, nos verdadeiros amores... na minha profissão...
Mas este é apenas o meu caminho actual... cuja rota pode vir a ser ampliada ( quem sabe ?! )em 2009...
Mais do que cumprir a vida, devemos TODOS em 2009 VIVER A VIDA!
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8 comentários:
realmente, a norte a religião católica pesa mais. e tudo que pesa, atrasa-nos. mas é possível viver sem acreditar? e em que acreditar, se não num deus qualquer? eu sou agnóstico, tenho de acreditar na espécie humana (iap, é verdade), e que pecar nos leva para lá dos nossos limites... boas saídas, melhores entradas
Quase sempre, acreditar na espécie humana é o pior de tudo....
Bom Ano também para ti, desconhecido norrin....
Um caril indiano bem aviado apaga quaisquer traços de tradição e religiosidade nortenha.
pode ser verdade o que escreveste, mas se o aceitarmos, que mundo é este? prefiro concentrar-me nos casos que valem a pena, e crescer a partir daí. não sou desconhecido, belinha, conheces pensamentos e emoções meus... há muita coisa que apaga a religião, caril parece-me um excelente início, jill
norrin também aprecias um bomm caril indiano? Entrei hoje em dieta, mas se aceitares o convite, posso interrompê-la... que tal degustarmos um carilzinho um destes dias?
há coisas a que um ser humano não resiste... diz onde e quando
Respondo-te por e-mail... se me deres o teu...
Aviso à luta das pessoas que, no fundo, apenas procuram a felicidade: seria importante que nao se esquecessem de levar as chaves de casa.
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