sábado, 29 de agosto de 2009

desencontros e os encontros


a propósito de quase nada, ou talvez das épocas dos casórios e dos des-casórios, lembrei-me de um poema profético lido, há uns bons 12 anos, numa livraria do chiado, numa tarde de encontros pós-estivais:

«João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história.»

quadrilha, carlos drumond de andrade

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Gosto das férias, porra!


Prontos! Acabou e agora tenho de me começar a portar bem e a ser uma senhora responsável. Já nem posso dizer prontos; tenho de apurar a língua e dizer com um ar sério: "Pronto, acabou."

OK, sobre as férias...


Tenho alturas em que gosto de fazer muitas coisas nas férias.

Aproveitar para conhecer novos países, cultura e pessoas. Mochila às costas, bilhete de avião numa mão, Lonely Planet na outra e um mês de aventura pela frente (boa Mosca!). É bom estar num local e não fazer a menor ideia do que está para norte, sul, este e oeste. Sentimos aquele frio no estomâgo do desconhecido e vamos vivendo aquilo que o acaso nos traz ao regaço. Um nativo ou outro passeante com quem se toma uma cerveja fresca, se discute a cultura e hábitos locais , ao mesmo que pensamos "porra para a mesquita, catedral, sinagoga, ou lá o que é... vou mas é ficar aqui ao fresco a ver o mundo passar."


As férias também servem para apurar os nossos conhecimentos. Especialmente em áreas de perfeita inutilidade, mas de grande conteúdo lúdico. Assim como, deixa cá ver, aprender a mergulhar, fazer surf ou mesmo macramé... O chato é quando a actividade lúdica exige demais de nós... nada de grande esforço, físico ou psíquico, por favor!


Noutras alturas, como a presente, o bom é mesmo tentar nada fazer... as férias serem uma espécie de hibernação do corpo e da mente. Sei que seria mais popular e politicamente correcto dizer-vos que aproveitei as féria para fazer coisas muito interessantes. Mas, tenho a confessar, não foi o caso e que estou muito feliz com isso. Tirando a parte de ter as obrigações decorrentes de tomar conta da cria (o que já de si enche umas férias...), bom mesmo foi não ter de pensar muito no que ia fazer a seguir, nem em que roupa vestir, comer quando e o que me apetecia, ir ao café com os meus chinelos que de tão usados ficaram presos ao pé, ler quando possível as revistas do coração e ficar a saber a vida privada de pessoas que nem sei quem são (tão fastidiante quanto absorvente). Dormir, ir à praia, uns banhos de mar, estar com os amigos... estar, ser, deixar-me levar pelos dias. Foi bom!

sábado, 22 de agosto de 2009

Férias abençoadas






As férias cansam demasiado, essa é que é a inquestionável verdade.

Acordar às 8h para não perder o pequeno almoço no hotel.

Arrumar a toalha à pressa- sem tempo para sacudir a areia, e fugir do alcance de visão dos três filhos, que teimam em gritar, lambusar-se com gelados e pôr areia no saco onde se ocultaram as sandes que sobraram do pequeno almoço... e do pai dos respectivos, que não consegue entender a necessidade de tal luxo- para não faltar á massagem relaxante marcada para as 11h...

Engolir de um trago o chá de camomila servido após a massagem, para não perder o almoço, servido religiosamente ás 12h e 30m....

Fazer a sesta com os miudos das 14h às 16h...

Correr, ás 17h, depois de lhes dar o lanche, para a piscina, e conseguir, estoicamente, que permaneçam fora de àgua, até fazerem a digestão...

Correr, ás 19h para lhes dar banho e conseguir estar pronta ás 20h quando o jantar é servido...

Respeitar religiosamente a hora de deitar, ás 22h, para que todos estejam despertos no dia seguinte ás 08h, no pequeno almoço.....

Foram assim as férias, relaxantes, da Maria Luisa, sob o olhar atento e reservado do marido, quase sempre colocado no jornal, nas bifanas... ou nas mamas da miuda loira que teimou estender, todos os dias, a toalha ao lado da sua, por mero acaso, talvez por ser o unico espaço que, vá se lá saber porquê, permanecia livre na praia apinhada de gente, quando chegava.

No último domingo de Agosto, Maria Luisa estava exausta, quando chegou a casa.

Trancou-se no quarto, indiferente aos choros dos filhos e aos gritos do marido, suplicando para que abrisse a porta e viesse dar banho ao mais pequeno.

Maria Luisa, descalçou as havaianas, deitou-se sobre a cama e ligou a televisão na ansia de se alhear do seu mundo e das férias que a estavam a enlouquecer.

Na televisão, sem som, ainda conseguiu ver o sorriso do Diogo Infante, e a camisa preta que fazia adivinhar um tronco perfeito...sobre um rabo e uns abdominais delineados e firmes....

Depois, fechou os olhos e adormeceu...Afinal ainda estava de férias... nem que fosse por uma noite, talvez tivesse o direito de descansar... e sonhar....

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Alice, o Gato e o Magalhães

- Gatinho de Cheshire (...) Podias fazer o favor de me dizer para onde devo ir a partir de agora? - Disse Alice. O Magalhães pendia-lhe da mão numa mancha azul, que destoava das cores da floresta.
- Isso depende muito de para onde é que queres ir - disse o Gato.
- Não me importa muito onde...-respondeu Alice
- Então também não importa por onde vás - disse o Gato.
- ...desde que chegue a algum lado com o meu Magalhães - explicou Alice.
- Oh, com certeza que chegas - disse o Gato - se andares o suficiente.
(...) - Que tipo de pessoas é que aqui vivem?
- Nesta direcção - informou o Gato, apontando com a mão esquerda, vive o Chapeleiro Sócrates. E naquela direcção (apontando com a mão direita) - mora a Lebre Manuela. Podes visitar aquele que quiseres, são ambos loucos.
- Mas eu não quero andar com gente louca - protestou Alice.- Oh, não há nada a fazer - disse o Gato - Aqui somos todos loucos. Eu sou doido e tu também.
- Como é que sabes que sou doida? - Perguntou Alice.
- Deves ser - respondeu o Gato - senão não tinhas cá vindo parar e não tinhas um Magalhães.
(quase tudo escrito por Lewis Carrol n' As Aventuras de Alice no País das Maravilhas)

Enquanto não chega o filme de Tim Burton, ficamos com o original sempre actual.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

O tigre e a liberdade

"Tenho um candelabro aqui, por cima da minha cabeça, no meu escritório, e depois tenho mais dois no meu apartamento no Raj Mahal Phase Two. Um na sala de visitas, e outro mais pequeno na casa de banho. Deve ser a única casa de banho de Bangalore com um candelabro! (...)Fico feliz sempre que vejo um candelabro. Porque não, sou um homem livre, posso comprar quantos candelabros me apetecer.(...) Não compreendo porque razão as pessoas não estão sempre a comprar candelabros e a pendurá-los em todo o lado. As pessoas livres não reconhecem o valor da liberdade, o problema é esse"-O Tigre Branco, Aravind Adiga

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Garras





Personalidade e características do signo

Se alguns sofrem de complexo de inferioridade este sofre de complexo de superioridade, gosta de dominar com o chicote na mão, se ele pudesse escolher seria um actor ou actriz, desses que ganham Oscar e tudo. Podem ser chamados de egoístas por quererem tanto ser mais si mesmos, mas também gostam de proteger quando se sentem seguros (isso acontece muito rápido, basta alguém entregar as chaves do seu coração, abrir as portas da sua consciência e abrir mão de si mesmo, fácil não é? Isso tudo vem depois de uns 10 anos, rápido mesmo!), é vaidoso e não suporta críticas.
Quer magoar um leonino e quase ser devorado vivo por ele? Basta não prestar atenção em nenhuma das suas histórias e depois dizer - "Desculpa, nem ouvi o que estavas a dizer". Leão pode ser um signo que se apresenta de uma maneira diferente em diferentes pessoas, existem leoninos dominadores que adoram proteger e outros que querem os "holofotes" só para si, estar sobre o signo de leão deve ser algo muito complicado, o génio dessas pessoas é muito, muito forte, mas quando você fizer parte do show dessas pessoas nunca mais vai querer deixar de estar lá ao lado delas, são pessoas intensas como a intensidade tem que ser.

Este signo numa frase: "Tudo o que tenho me ama"


O melhor e o pior...

Gasta 99% do tempo a pensar em si. Vaidoso, egocêntrico, "superior". Insuportavelmente "superior". Acha sempre que pode impor-se facilmente. Não pode! Quer ser o maior, o melhor, o mais poderoso. Nem sempre o é! Apega-se a mitos e a ideais. Às vezes, é o seu próprio mito. Rígido na maneira de pensar. Dado à filosofia e a filosofices.

Leal e honesto, sem dúvida. Mas faz questão de dizer tudo isso. "Sou honesto", "Sou fiel". E põe a pata e diz: "Seja fiel!" Nem sempre consegue ajustar-se à realidade. Odeia limitações. Não suporta lidar com as banalidades do dia a dia. Quer ter sempre unanimidade. Em tudo.

Evita sentimentos duvidosos. Não suporta ser rejeitado. Apesar de tudo, é romântico e generoso. Dá sempre a impressão de que esta apaixonado pelo amor e não pelo parceiro.



Pois é ... somos assim.... que havemos de fazer... Barack Obama, que celebrou ontem, dia 4, mais um aniversário, a nossa Soprónia, que apagou hoje as velas, entre familiares e amigos... et moi memme a dois dias de o fazer...

terça-feira, 21 de julho de 2009

sexta-feira, 17 de julho de 2009

domingo, 12 de julho de 2009

Frases...

Num cartaz bem feito, daqueles que ao menos fariam o povo sorrir, não leriamos a frase tola e insípida "nunca baixamos os braços". Remete para momentos deprimentes, passados em autocarros cheios no pino do verão, com sovacos à mostra. Ou para um sequestro colectivo, em que o bandido nos aponta uma arma e não temos outro remédio senão levantar os braços...

Não, para mim, e já que a estratégia de marketing do PSD é a analogia da acção política com movimentos corporais, a grande frase seria "NUNCA NOS AGACHAMOS", em maiúsculas! Com cartazes destes, sim, a maioria absoluta estava no papo!

sábado, 11 de julho de 2009

Amores que não cumprimos....


As mais belas histórias de amor são as que resistem à previsibilidade e à rotina. Muitas ficam, por razões várias, retidas apenas no coração dos seus intervenientes, sem palavras, sem declarações, sem passado nem futuro...

Os medos vários, as diferenças, as incertezas, as inseguranças, ou apenas o medo de estragar o que nos parece demasiado importante para ser morto lentamente, paralisam, muitas vezes sentimentos que convivem em paralelo com as nossas vidas, sem se deixarem abalar por elas...

Só o correr dos anos nos mostra a verdade dessas histórias .... e a importancia desses sentimentos...
são romances que não o chegam a ser... mas que persistem nos corações e nas memórias para além dos que o foram ....

Está demasiado sol e o seu brilho reflete-se na água azul que serena a minha tarde de sábado. Uma tarde em que mergulho na inspiração alheia para colmatar a que o calor e o cansaço não me têm dado...

Na ficção, como tantas e tantas vezes na realidade, há histórias de amor que apenas intuimos... gestos, partilhas, cumplicidades, olhares, presenças... quase romances...

Quando o Outono chegar talves vos conte algumas dessas histórias reais ( ou não )... hoje fico-me pela ficção, alheia...


« Através da janela do quarto, percebi que a tarde estava a acabar e que as luzes da cidade se iam acendendo. Lá de fora vinha o ruído do transito ao fim do dia, um ruido de gente e automóveis apressados, gente que queria voltar para casa, onde estavam os que amavam ou os que se tinham habituado a amar, sem fazer demasiadas perguntas nem exigir nada mais do que esse amor tranquilo de todos os dias. É verdade que nunca quis ou nunca vivi para querer isso para mim. Queria mais, vê tu! Queria viver no limite todos o dias queria que as coisas estivessem sempre a correr. Conhecer novas pessoas todo o tempo, sair, ir a discotecas todos os dias, sentir que podia seduzir todos à minha volta e brincar com isso. Mas agora, agora que a noite chegou e fiquei sózinha, agora que te foste embora para a tua vida, agora que sei que também tu voltaste para uma casa onde tens alguém à tua espera, alguém que te ama, alguém que te dá paz, também a mim, de repente, me apetecia poder ir para casa e ter á minha espera alguém que me amasse. Não, não estou a dizer que queria que fosses tu. Não estou a dizer isso, estou a falar de alguém. Alguém sem nome.
Queria só dar um sentido á nossa viagem, Já sei, já sei que nada dura para sempre - só as montanhas e os rios, meu sábio. Mas o que fomos nós um para o outro: apenas companheiros ocasionais de viagem? Com o tempo contado, com tudo préviamente estabelecido e com prazo de validade previsto à partida? Foi só isso o nosso encontro? Não ficou mais nada lá atrás, não deixámos nada de nós os dois no deserto que atravessámos? »

in « No teu deserto - quase romance », Miguel Sousa Tavares

quinta-feira, 2 de julho de 2009

pina e fellini

de que cor e forma eram eles? qual a cor e a forma da admiração? qual a cor da dor e da perda? qual a cor e a forma da paixão?
memórias de pequenas epifanias numa família suburbana: uma casa tipo vivenda de uma família suburbana nos idos 80. a família entretida a ver na sala da família uma novela brasileira. a criança bicho-do-mato reclusa na cozinha a ver o 2º canal da 2ª televisão da família suburbana. no quadrado uma companhia de bailado: mulheres de cabelos soltos e vestidos fluídos, homens de calças de fato e tronco nú dançam com cadeiras, alguns passam no palco de patins..pequena epifanias da cozinha!

quarta-feira, 1 de julho de 2009

A morte dos artistas

Agora com parte das bloguistas reinstaladas em aposentos dignos mas frios chegam-nos as notícias da morte de dois grandes artistas.

Pina Bausch que eu nunca consegui ver ao vivo, apesar dos seus vários espectáculos em Lisboa.


Michael Jackson cujas músicas todos cantámos e dançámos. But the kid is not my son...




Para quem quiser ver a versão "nega maluca" do Caetano Veloso:
http://www.youtube.com/watch?v=j7-Dw2Mw9Pc

Posto ainda a notícia fantástica da miúda de 14 anos que sobreviveu à queda do avião nas Ilhas Comorres. Palavras do pai: "Ela é muito quietinha e mal sabia nadar. Nunca pensei que pudesse escapar assim". É preciso ser uma artista!

quinta-feira, 25 de junho de 2009

domingo, 21 de junho de 2009

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Época balnear

As adversas e insuportáveis condições metereológicas que atravessamos neste momento exigem que sejam tomadas medidas drásticas urgentes.

Com este calor infernal que não se atura, para não fritarmos definitivamente e sem querer tolher a vossa liberdade de expressão, caras co-bloggers, sugiro uma pausa na discussão das grandes causas e vastas intelectualidades que assolam a humanidade.

Por uns míseros dias, enquanto suamos em bica e tentamos não desfalecer e sucumbir à temperatura, postemos meras inutilidades. Deixemos os (ou o no meu caso, pois penso que já só terei um!) neurónios repousar...

quarta-feira, 17 de junho de 2009

terça-feira, 16 de junho de 2009

Gimme gimme gimme a man!

Punk, arco-iris e... etcetra e tal

Aqui fica a versãozinha, para os pseudo- machos, que gostam de manter as aparências