quinta-feira, 30 de abril de 2009

a diferença entre o otelo e o alcides?como foi que disse?

bom, ora,...deixa lá ver..
1.um é um protagonista de uma revolução que não foi tão longe quanto almejava e o outro uma figura de 5º plano, sem densidade psicológica...ao que constava limitava-se a conduzir o carro onde os núncios executantes do homícidio (planeado por quem distante se sentava à espera numa cadeira de veludo florida e bafienta) seguiam;
2.um era um apaixonado por ideais nobres e progressistas que o desvairaram e o outro uma mão canhestra de mentes atávicas e reaccionárias que não toleravam padres com posições pouco ortodoxas;
3. um é, ainda hoje, alvo de amores e ódios vários por gentes de gerações diversas, e o outro tem de apresentar-se num táxi escuro ao fim da noite, não dispensando sequer uma confirmação da sua identidade no google;
4. um foi julgado e condenado e cumpriu pena de prisão o outro não;
5. um pode papar simbolicamente uma julie sargeant libertária o outro, quando muito, relembrar culpado as putas dos prostíbulos licenciados do tempo do antónio, o sal que dava azar, ao mesmo tempo que se aborrece com a sua mulher numa posição de missionário católica, respeitadora da pátria, de deus e da família.
talvez maquiavel não esteja assim tão absolutamente errado quando diz que os fins justificam os meios. o problema é quem define os fins. o problema é a necessidade de uma gestão cirúrgica e fria dos meios, o que, se admite, ser pouco compatível com o estado de paixão. e tu minha amiga lunar, tão nacionalista que és...quantas vidas de mouros choraste ao leres os feitos da reconquista? quantos pescoços de espanhóis partidos te doeram com a descrição épica do manejar da pá da padeira? e, para quem acredita em deus, digamos que os estados de paixão mais exaltados e revolucionários podem associar-se a uma espécie de agências de viagens low-cost para a casa do senhor que a todos os seus filhos compreende e perdoa!
pois, também eu pertenço à raça daqueles que «depois das descobertas ficou sem ocupação!», dêem-me uma boa causa para lançar uma bombitas, vá lá! só não entro naquela dos suicidas...isso é que não!é que a falta de crença tira-me a coragem!


5 comentários:

nomundodalua disse...

O que me sobrava de respeito ao senhor, que já era uma herança, desfez-se de vez com este video que postaste… Desconhecia de todo a Revolução Pop.

1/3/5 corrijo então o meu comentário anterior: um é de esquerda, é bom, é famoso e papa simbolicamente gajas que saem nas revistas como ele.

2/ anoto que o giro, coitadito, ficou desvairado e que o taxista sabujo não passa de um intolerante.
Na dogmática assim exposta, os atributos não podem trocar-se, porque não.

4/ a pena extinguiu-se por indulto do Marocas e não pelo cumprimento.

Não sei onde foste buscar a ideia de que sou pelas guerras e de que o Otelo não vai às putas.
E de que eras capaz de pôr bombas…

Quanto ao reclamado perdão de Deus, aplica-se ao Alcides ou somente ao Otelo?

missangas disse...

Eu só não percebo porque é que o Otelo está a comer a Sargent em vez de fazer a revoluçãozinha...

norrin disse...

em perspectiva estritamente pessoal, perdoo muita coisa ao fulano, acho que a merda que fazemos pode ser desculpada (pelo menos atenuada) se a fazemos de boa fé e acreditamos nela. e sempre foi um herói, porrinha, mesmo que tenha sido depois demónio.
a cena com a julie é que não lha desculpo, mais valia ir às putas e mandar a conta ao exército (ficava mais satisfeito).
heróis e demónios, engulo, devassos e palhaços, sem problemas, mas um(a) gajo(a)tem de manter dignidade (isto vale para a menina, também).
já me custa, mas ainda aceito que um(a) gajo(a) se venda. agora, tenha o pudor de não o expor (continua a valer para a menina).

mouche albértine disse...

ai ,ai, tanta pudícia! o vídeo é que é de duvidosa qualidade estética, isso é que acho mal!de resto...mas como dizia a outra, «eu abrigo infractores, eu não condeno traidores, o que eu não gosto é do bom gosto, eu não gosto dos bons modos»...se lhes deu para ali...

norrin disse...

que vais dizer um dia, se tiveres de explicar aos teus moscardos, acerca do herói dos cravos se disponibilizar para tão e(n)levadas formas de expressão dramática?
eu gosto que os meus heróis representem ideais (nem que seja à bomba, é outro assunto), custa-me vê-los a esquecer-se da revolução por causa de uma miúda gira.
que queres, sou um puritano... purista... puro acho que não... pudorento, pudicioso... pá, custa-me, pronto.

gostos, bem, gosto de os discutir, mas não se são bons ou maus...