quinta-feira, 9 de abril de 2009

O Espírito Santo



Ora bem vinda Mosca Albertina. Por estes dias dei por mim meditabunda sem saber o porquê. Verdade é que revisitava o blogue (em português) várias vezes ao dia. E nunca nada de ninguém. Durante milésimos de segundos que aparentaram ser hora responsabilizei-me pela debandada bloguista. Não fosse o Espírito Santo, a estas horas estaria de urgência em sessões contínuas de terapia. A Mosca ergueu um olho interrogativo. O Espírito Santo? Pois é, esse mesmo, não é que o Espírito Santo resolveu descer à terra e brindar-me com a sua atenção. Não vejo qual seja a surpresa. Daquilo que sei de história religiosa, sou mais gira, interessante, culta e divertida que a Maria. Mas o tipo, o Espírito, também não desceu assim à terra para me engravidar (bem dito o seja, pois nã me apetecia nada andar agora a carregar um filho/a de Deus), mas apenas para me consolar. Apercebeu-se que EU estava tristonha e a acumular culpas, no meu cérebro ouvia-se repetidamente uma voz, por vezes distantes, outras a “bombar”, “elas (vocês) piraram-se todas
por TUA CAUSA!!! Não aguentam a treta dos teus blogues!!! (em português)” Lembro-me até de ter visto duas pequenas gotículas a descer pelos meus lindos olhos (verdes, verdes, verdes), pois nã é que estava a chorar! O Espírito Santo que é Espírito mas não é nenhum mostro, condoeu-se, e resolveu descer à Terra. Foi um encontro muito simpático, na sala da minha casa, beberricando chá (a mim apetecia-me uma aguardentezinha, mas era de manhã cedo e isto tudo tinha a ver com o blog (em inglês) que, como sabeis, tem uma predilecção pelo chá). E nessa linda conversa entre MIM e o Espírito Santo finalmente apercebi-me que a culpa era dele, bom, mais concretamente do filho que ele gerara. O tal Jesus Cristo morreu (lastimo ser Eu a dar-vos esta má notícia, bem sei que ainda tinham esperanças que ele estivesse algures escondido, num bunker, mas foi o próprio Espírito que me disse que ele foi chacinado por uns romanos, a pedido de uns judeus), pois morreu, mas parece que tinha deixado umas coisas para fazer, a morte fora demasiado repentina e ele não tratara de tudo (às vezes acontece). Então teve de voltar, isto é, como é que se diz (agora fazia-me tanta falta a Mosca pra me ajudar com as palavras), ah, já me recordei, ressuscitou e lá pagou as contas, despediu-se da Maria, “pinocou” com a Madalena e tudo o mais que precisava de fazer, até retornar à tumba. À conta desse ressuscitar (ressuscitar é viver, nunca se esqueçam), o pessoal fez-lhe umas missas e nalguns sítios concederam aos pecadores umas mini férias. E foi assim que percebi que a culpa da ausência repentina no blog (em inglês) de todas as bloguistas (em português) não era MINHA mas DELE. E delas também por serem pecadoras, pois se o não fossem estavam aqui, exactamente AQUI a trabalhar.
Consolada pelo Espírito Santo, resolvi antecipar a minha participação neste blog (em inglês), violando o prometido e sujeitando-me à expulsão, mas de que outra forma poderia homenagear, neste período pascoal, o GRANDE ESPÍRITO SANTO.
Claro, que imagino a Mosca, desdenhosa (sem ofensa), a dizer que tudo isto não passa de ficção, que o Espírito (o Santo) tem mais que fazer do que visitar-me ou condoer-se com as minhas pálidas lágrimas escorrendo dos meus magníficos olhos, quando os pobres dos italianos estão debaixo dos escombros, agoniando, depois dos terríveis tremores de terra.
Mas o facto dela (a Mosca) não compreender a preferência do Espírito por MIM, não torna a minha história menos credível. O mundo é feito de incompreensões!!! O que tinha a Maria de especial para ser a escolhida??? Sim!!!. A gaja estava casada com um carpinteiro, recusava-se a cumprir as suas funções de esposa, dizia-se, na altura, que ouvia umas vozes, umas vozes que não a deixavam, não podia, estava destinada, o pobre do José, que até era bom homem, tentava ouvir as vozes, mas nada, e lá se ia compensando com as mãos, às escondidas, atrás das árvores, até que um dia, a barriga começou a crescer, a da Maria claro, e não eram gases, nã senhora, e nasceu o Jesus, e depois Deus fez matar milhões de bebés, todas as criancinhas que tinham acabado de nascer, menos o Jesus que fugiu de burro com a Maria e o José, e depois chegaram, também de burro, três Reis Magos, que mesmo sem os telemóveis nem os JPS’s , através das estrelas, lá deram com o Destino. Esse tipo, o Jesus, cresceu, tornou-se o Líder, ressuscitava os mortos, mas só alguns, e nem se percebia bem a razão da sua escolha, era ao acaso, deixou que os perversos romanos vivessem faustosamente e que existissem escravos, só falava, falava, depois morreu, depois ressuscitou e tudo continuou sempre na mesma até hoje, com excepção do senhor de branco, que passou a existir, a mandar matar em nome dele num lindo edifício todo em ouro.
E depois dizem-me que a minha história é que não é credível.

Boa Pácoa!!!

3 comentários:

plexquba disse...

em português: diarreia verbal. E "JPS" é a marca de tabaco, o João Paulo Segundo ou qualquer outra coisa que daqui do meu "bunker" (em português, ao sol do Reino dos Algarves) não descortino)?

solarenga disse...

errata:
onde se lê:"distantes" deve ler-se "distante";
onde se lê "mostro" deve ler-se "monstro";
onde se lê "JPS's" deve ler-se "GPS's".

mouche albértine disse...

suponho que onde se lê pácoa se deva ler páscoa...ou aquela brincadeira dos patos tem mesmo algum fundamento teológico que eu na minha ignorância religiosa desconheço...vai-se a ver e o e.s. também encarnou num pato, depois da pomba!ai tanta pacoada nestas santas férias só para uns que eu cá continuo atrás dos da banca só para lhes estragar a quadra!amiga carson já veste o filmito do ernesto das t-shirts.que tal comemorar a pacoada com uma ida ao cinema?