sábado, 9 de maio de 2009

Islândia

Depois de se conhecer a Islândia percebe-se perfeitamente porque é que a Bjork parece que veio de outro planeta. E a resposta é: porque veio.

De um planeta em que há seis meses seguidos de dia e seis meses seguidos de noite, em que o fogo sai da terra em gigantescos geisers, vulcões ou aquecendo lagoas de água azul cueca.

Tal como na Lua, na Islândia é um castigo para se ver uma pessoa...Só na capital Reykjavík isso sucede com relativa facilidade e, mesmo assim, arriscaria dizer que Beja é mais animado (apesar de não ter, obviamente, aquela cultura artística única).

Fora da capital são quilómetros e quilómetros de desolação sem se ver nada que denuncie, sequer, que o homem já ali esteve. Se Neil Armstrong ali passasse, de certeza que hastearia uma bandeira americana, convencido de que acabara de descobrir um novo território a juntar ao mundo conhecido (aliás, não sei se não o terá feito, pois foi ali que se fizeram parte dos treinos para a primeira ida à Lua).

O clima também é estranho. Está sempre frio e depois ou chove, ou está quase a chover, ou acabou de chover, ou estava Sol há um segundo e agora já não se vê um palmo à frente do nariz com o nevoeiro e, ai que quase nos despistamos e caímos no fiorde ou vamos de encontro ao glaciar...e afinal não, pois já está Sol outra vez...

As estradas são estreitas e de terra batida. São das poucas coisas que fazem algum sentido pois, na verdade, como não há onde ir, ninguém precisa de estradas para nada (a não ser certos turistas que deram a volta à ilha e contornaram os fiordes todos...).

É difícil estar na Islândia e não perder a sanidade mental, no bom sentido. No sentido LSD, tipo se agora começasse aqui a voar era normal. Será aquela luz constante? As cores malucas da paisagem? O isolamento? Garanto-vos, se ali aparecesse um marciano verde com antenas ou o anãozinho do senhor dos anéis, que tanto gosto de referir, acharia perfeitamente normal.

É por tudo isto que gosto da Bjork.

É também por isso que a Manuela Ferreira Leite nunca poderia ser primeiro-ministro na Islândia, falta-lhe aquele je ne sais quais que sobra à Bjork.













2 comentários:

mouche albértine disse...

lindas fotografias missanguitas!

suprónia insuflávia disse...

É muita natureza!!!! Salva-se a nossa Björk - "I'am a hunter... hu hu. I am hunting, Hu, hu"
Mas isso não os impediu de especular fortemente na bolsa as pensões de reforma e os dinheiros do Estado. São sempre os mais caladinhos...