quinta-feira, 7 de maio de 2009

Curiosidades... ( pouco ) fáceis de entender

Prometi-vos não falar de politica em circunstancia alguma e vou cumprir a promessa! Sou uma mulher de palavra. Resisti aos motes do 25 de Abril e do 1.º de Maio e vou continuar a ser forte, prometo-vos.

Ainda que o quisesse têm-me faltado a inspiração e a capacidade de análise, que têm sido toldadas pela nuvem em que me tenho visto envolta há semanas, desde que no estaminé onde trabalho se decidiu inovar, ampliar, mudar.

De um momento para o outro, o que era um local normal, banal um pouco enfadonho, transformou-se, com a mudança improvisada, num local dinâmico, emotivo, repleto de curiosas inovações.

Ir trabalhar tem agora um novo gosto ( para além do pó que mantém lugar cativo na garganta ): o da aventura.

Saio agora de casa, todas as manhãs, com um novo vigor, desejosa de enfrentar o novo desafio : o de alcançar a porta que dá acesso à secretária que me está destinada.

Depois de ter passado a infância e a adolescência a querer viver aventuras idênticas às dos herois dos livros, eis que, na idade adulta, é-me dada, inesperadamente, essa oportunidade.

E é ver-me no desafio diário de aceder ao primeiro corredor, por norma repleto de pessoas que tenho de acotovelar, logo após subir umas escadas que me levam a um corredor que me conduz a uma porta, junto à qual está uma tábua de madeira, sobre um tijolo, que tenho de saltar, se não quiser pisá-la, arriscando o desiquilibrio...

Uma vez transposta, a porta mágica e a tábua que, bondosamente, evita que me enterre num buraco, procuro uma nova porta mágica que me deixa, simpaticamente, aceder a uma escada de caracol, na qual muitas vezes tenho de ceder a passagem a quem desce - o que, garanto-vos não se fica a dever a ter deixado de tomar a medicação da doutora Luisa...

Depois, alcançado o piso superior, é fácil, muito fácil, é só procurar a porta entre as muitas fechadas, que se abre para um hall, onde existe uma outra porta, que depois me levará a novo hall, que dá para um novo corredor, onde tenho de acotovelar mais umas quantas pessoas...

Vislumbro, então, ao longe, uma nova porta, fechada, que alcanço depois, orgulhosamente... afinal temos de ter orgulho de nós mesmos depois de termos o desafio práticamente ganho.... Dia após dia espero que, ao abri-las, alguém me barre a entrada e me peça a senha...

Passo a porta, vislumbro o corredor, e inicio, firme, a marcha até à última porta, que finalmente abro, vitoriosamente, e que me garante a visão mágica de uma secretária...

Depois da rotina que se repete em cada dia, e sempre que quero sair à rua, sou uma pessoa feliz, garanto-vos.

Como feliz sou na dança que imprimo ao desafio de sair da casa de banho com as mãos limpas, depois de as ter lavado, e de conseguir fazê-lo sem tocar na porta, cujo puxador resiste, firme, á limpeza diária que devia acontecer.

Numa das partes do estaminé as obras ainda continuam e hoje, ao passar, ouvi o trolha perguntar ao electricista:

- Viste por aí o Manecas?

Por momentos pensei que teriam condenado o Manecas - o nosso Manecas das chaves - a prestar trabalho a favor da comunidade, como encarregado da obra...

Mas não, não podia ser...a decisão do Manecas ainda não teve tempo de transitar...

Se assim fosse seria fácil de entender...


3 comentários:

missangas disse...

De certeza que andam por lá o coelho branco, o chapeleiro louco, o gato risonho e a rainha de copas e, com um pouco de sorte, um destes dias vais parar ao país das maravilhas!

mouche albértine disse...

tuedelidim-tuedilidum

Belinha disse...

E será que já não fui?!?