quarta-feira, 11 de março de 2009

a palavra estava na rua e era do povo

mas a enxada é minha! mas qual é valor da tua enxada? não é minha, não é deste, não é daquele: é da cooperativa!abrem-se armários,remexem-se gavetas, experimenta-se a jaqueta do duque! em nome do pai, do filho e do espírito santo!bem dizia a maria do rosário:aquilo dava muito e ainda podia lá estar tudo a trabalhar...havia lá muita coisa para dar, se houvesse organização, mas cada qual puxava para si.
e lá ficou a reserva de caça, futuro hotel de charme e campo equestre da casa da família real de bragança...e todos puderam voltar a viver as suas vidas tranquilas e o povo não mais ousou o poder da palavra, da acção e da utopia!

5 comentários:

nomundodalua disse...

O povo???
O que eu vejo aqui é um sujeito que hoje será certamente vereador na Câmara da Azambuja a endrominar o pobre do dono da enxada, com os seus “todavia” e “respeita-la” (à Cooperativa).
E ele, pobre dono e ignorante da harmonia do socialismo a dizer: a enxada não é minha? Os que não trazem nenhuma, a enxada é da casa deles, a minha é da Cooperativa!
E as sábias palavras da Maria do Rosário: em todo o lado tem de haver uma pessoa que dirige.
Ai como o povo a sabe toda…
E não havia de ser tão utópico, entrarem na casinha da menina para experimentar as suas roupinhas?

mouche albértine disse...

presidente da junta de freguesia de Manique do Intendente...as veleidades revolucionárias não o levaram assim tão longe, amiga!provavelmente ainda hoje não sabe articular uma frase, como então, e terá esquecido a cartilha revolucionária. não terá enriquecido com a façanha, por certo.donde lhes terá vindo o fascínio pela jaqueta do duque?seriam comichões das pulgas da flanela ensopada de suor do trabalho mal pago?deixa, hoje há as zaras deste mundo que acalmam a ira dos remediados à custa do suor de umas quantas mulheres de países periféricos.tudo muda, afinal, para que tudo fique igual. joguemos, pois, o nosso golf descansados nas torres belas do nosso desencanto! deixemos os sonhos lá onde eles pertencem, algures num verão quente que , apesar da pouca dura, ainda enchameia alguns corações: uns nostálgicos, outros nevrálgicos.

mouche albértine disse...

quanto às roupas...tu até sabes que eu as gosto de partilhar, eh!eh! mas acho que não ia ficar bem ao Wilson...já a Maria do Rosário podia levar um upgrade!

nomundodalua disse...

Recordo-me sempre da Sofia Bonifrates, amiguita da Alexandra Alpha. Parece que calcorreou o país "nesse tempo maravilhoso que foi o PREC" a ensinar o povo, montada numa lambreta, que às vezes era encontrada à beira dos caminhos, quando a boa da Sofia estava na fornicação com um dos elementos dessa magnífica entidade colectiva...

mouche albértine disse...

não era só a palavra e a utopia que estavam na rua, era também o amor. «trocámos de roupa, trocámos de corpos, ai tão bom, ai tão bom...»