sexta-feira, 20 de março de 2009

parindo paris digital

acoitei-me no hotel amour, e sonhei com um amor brilhante de néon.
fiz planos para o futuro que me esqueci de tirar da mala no regresso.
*
apaixonei-me por mulheres e homens de mármore, por jogos de luz e sombra , pelas cores vivas de alguns quadros (ingres e as suas banhistas turcas)
quedei-me a escutar sob um sol morno.
observei as vidas dos outros emolduradas pelas vitrines dos bistrots.

lembrei-me das amigas da roda de chá e de como seria divertido uma jantar de blogue à paris.

fui fútil a sonhar-me vestida pelos grandes costureiros
deixei prender a lente da leica a alguns grafitis pop nascidos em canteiros de uma rua judia.
revi velhas amigas, reproduzindo-lhe os passos nas ruas que eram delas.

apreciei livros, vinhos, queijos e outras iguarias.
guardei memórias digitais por desconfiar cada vez mais da minha e, de quando a quando, me lembrar da fábula da cigarra e da formiga a propósito da necessidade de armazenar o que ruminar na idade maior.
viajei, pois.

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