sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Como adormecer um homem




Na recente polémica bloguista sobre os homens não meto colher. Gosto deles como gosto delas e a minha orientação sexual estará por definir até morrer, por isso estas reflexões nada querem à luxúria (sempre amiga). Sempre os tive e tenho presentes na minha vida. Às vezes parecem estranhos seres, outras os mais incríveis. Acho que todas concordamos.

O que hoje me surge como um verdadeiramente desafio é o (eventual) talento materno para adormecer um ser cuja testoterona, ainda que em doses infantis, o faz ter uma energia de futebolista sem saber andar, lutador de luta livre com bonecos de peluche, desportista radical de saltos em queda livre ... Quando o puto não quer dormir a coisa torna-se mesmo negra.

As técnicas do adormecimento são variadas e do mais criativo (viva o Tio Leonard Cohen e as redes brasileiras...). Acresce ao grau de dificuldade o nunca se saber bem qual das várias técnicas conhecidas e já experimentadas com sucesso funcionará em cada dia, pois isto das criancinhas é uma ciência muito pouco exacta. Por isso, pai e mãe tentam todas, uma a seguir à outra, sempre naquela expectativa ansiosa: "agora é que vai ser!" Mas não é! O macho manda, contorce-se, atira a chucha a distâncias olímpicas e choooooraaaaaa.

Finalmente, mais tarde do que cedo, há um momento em que o sono parece falar mais forte, o cansaço de resistir instala-se (ou a tortura parental teve efeito...) e o corpo entrega-se. Neste momento perfeito, sentimos o corpo quente do nosso homúnculo, o seu cheiro tão forte e nosso, ao mesmo tempo que ouvimos em fundo a Nina Simone a cantar baixinho, com a sua voz dolente: "My man's gone now".



1 comentário:

Anónimo disse...

Há homens que são capazes duma flor onde as flores não nascem.