com tanta excitação no dia de hoje com o novo presidente achei por bem dar provas dos meus dotes de contadora de histórias - que hoje, infelizmente, não posso praticar com os meus moscardos- e deixar aqui às minhas meninas e aos nossos leitores habituais uma história para adormecermos com um risito maroto nos lábios. fala de gatas borralheiras, de príncipes, de vómitos que não enojam (ai os vómitos!) e fetiches. ora escutem lá:
«Era uma vez o Príncipe que tinha dormido com a Gata Borralheira. Durante o baile no palácio apeteceu a ambos deixar de dançar e ir para a cama um com o outro. E foram. Mas, à meia-noite, a Gata Borralheira saiu a correr da cama do Príncipe e esqueceu-se do soutien atrás de si.
O Príncipe não gostava do seu antepassado que tinha obrigado todas as mulheres do principado a descalçar o pé direito ou o esquerdo. O Príncipe não se lembrava ou a história era omissa quanto a ser o pé esquerdo ou o pé direito. Achava uma atitude grosseira, arrogante, pornográfica, de mau gosto.
Então o Príncipe para encontrar a gata borralheira não obrigou todas as mulheres do principado a despirem-se diante dele e a calçar o soutien. Meteu o soutien na gaveta das recordações e decidiu fazer amor com todas, uma por uma, velhas e novas, feias e bonitas, aleijadas e não aleijadas. E foi fazendo.
Quando fez amor com a madrasta e com as duas filhas da madrasta, sentiu-se mal. Jurou para nunca mais. Porque as três eram pelintras, chupistas, feias e fidalgas. E isso tudo traduzia-se no calculismo e no fingimento com que faziam amor. O Príncipe chegou a pensar que em vez de pénis tinha um godemichet implantado no baixo ventre de tal modo a madrasta e as três filhas da madrasta o usaram e se serviram dele. Agoniado depois de fazer amor com as três, foi à casa de banho vomitar.
Na casa de banho vomitou. E encontrou a Gata Borralheira a limpar a retrete. Como o Príncipe não foi a tempo de vomitar na retrete, vomitou no chão. A Gata Borralheira limpou o vomitado sem enjoos. Porque o Príncipe e a Gata Borralheira tinham-se reconhecido mutuamente imediatamente. Não foi preciso fazerem amor porque a cumplicidade que os unia era evidente para ambos aos olhos e ao sorriso de ambos.
O Príncipe levou a Gata Borralheira imediatamente para o palácio montados ambos num mesmo cavalo branco. E a madrasta e as duas irmãs suas filhas e irmãs de Gata Borralheira ficaram por entre os vidros e as cortinas danadas e furiosas e sem perceberem nada porque eram as três tão burras que nunca percebiam nada de nada.
O soutien voltou a ser usado algumas vezes pela Gata Borralheira porque a Gata Borralheira era poupada, percebia muito de afrodisíacos e era tão fetichista como o Príncipe. »
Adília Lopes, in “A Bela Acordada”, Edições Mariposa Azul
«Era uma vez o Príncipe que tinha dormido com a Gata Borralheira. Durante o baile no palácio apeteceu a ambos deixar de dançar e ir para a cama um com o outro. E foram. Mas, à meia-noite, a Gata Borralheira saiu a correr da cama do Príncipe e esqueceu-se do soutien atrás de si.
O Príncipe não gostava do seu antepassado que tinha obrigado todas as mulheres do principado a descalçar o pé direito ou o esquerdo. O Príncipe não se lembrava ou a história era omissa quanto a ser o pé esquerdo ou o pé direito. Achava uma atitude grosseira, arrogante, pornográfica, de mau gosto.
Então o Príncipe para encontrar a gata borralheira não obrigou todas as mulheres do principado a despirem-se diante dele e a calçar o soutien. Meteu o soutien na gaveta das recordações e decidiu fazer amor com todas, uma por uma, velhas e novas, feias e bonitas, aleijadas e não aleijadas. E foi fazendo.
Quando fez amor com a madrasta e com as duas filhas da madrasta, sentiu-se mal. Jurou para nunca mais. Porque as três eram pelintras, chupistas, feias e fidalgas. E isso tudo traduzia-se no calculismo e no fingimento com que faziam amor. O Príncipe chegou a pensar que em vez de pénis tinha um godemichet implantado no baixo ventre de tal modo a madrasta e as três filhas da madrasta o usaram e se serviram dele. Agoniado depois de fazer amor com as três, foi à casa de banho vomitar.
Na casa de banho vomitou. E encontrou a Gata Borralheira a limpar a retrete. Como o Príncipe não foi a tempo de vomitar na retrete, vomitou no chão. A Gata Borralheira limpou o vomitado sem enjoos. Porque o Príncipe e a Gata Borralheira tinham-se reconhecido mutuamente imediatamente. Não foi preciso fazerem amor porque a cumplicidade que os unia era evidente para ambos aos olhos e ao sorriso de ambos.
O Príncipe levou a Gata Borralheira imediatamente para o palácio montados ambos num mesmo cavalo branco. E a madrasta e as duas irmãs suas filhas e irmãs de Gata Borralheira ficaram por entre os vidros e as cortinas danadas e furiosas e sem perceberem nada porque eram as três tão burras que nunca percebiam nada de nada.
O soutien voltou a ser usado algumas vezes pela Gata Borralheira porque a Gata Borralheira era poupada, percebia muito de afrodisíacos e era tão fetichista como o Príncipe. »
Adília Lopes, in “A Bela Acordada”, Edições Mariposa Azul
vitória, vitória, acabou-se a história!
4 comentários:
Acho mal que a Gata Borralheira tenha limpo o vomitado do príncipe!! Ele viu logo que tinha ali uma fada do lar que lhe ia fazer tudo sem reclamar...Cá para mim a madrasta e as irmãs não eram assim tão burras...
mais uma história estilo dark disney da a. lopes com uma pitada de sal da sarah kane, a páginas tantas ... em que país do faz-de-conta andara a adília?
a bem dizer a moça passeia-se mais por hospitais psiquiátricos, que tb são uma espécie de disneylândia de batas brancas...há até alguns poemas giros que ela dedicou ao pessoal médico por quem vai tendo umas paixões.
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